Karl Marx

Karl Marx atuou em diversas áreas e deixou uma obra vasta, complexa e muito influente. O pensador estudou sistemas econômicos, conceitos filosóficos e assim criou uma série de termos e conceitos indispensáveis para entender o mundo.

Karl Marx exerceu muitas funções em 64 anos de vida: estudou direito, filosofia e história, foi jornalista e se debruçou sobre a economia e a sociologia. A partir dos seus escritos, muito diversos e complexos, ele influenciou diversas áreas, como a educação, a história e a política.

Quem era Karl Marx? Karl Marx era alemão de família judia, mas seu pai se converteu ao cristianismo para fugir da perseguição e continuar trabalhando. Marx sempre viveu com dificuldades financeiras, desde a juventude até depois de casado. Seu principal colaborador, Friedrich Engels, era uma espécie de patrocinador.

Karl Marx (1818-1883)
Karl Marx (1818-1883) – Foto reprodução Wikipédia

As ideias de Karl Marx foram influenciadas em especial por dois outros filósofos alemães, Immanuel Kant e Georg Hegel, e também pelos socialistas utópicos.

Materialismo histórico – principais conceitos

  • O modo de produção, segundo Marx, é o que molda toda a sociedade.
  • Forças produtivas são a junção dos recursos humanos e materiais.
  • Da economia dependem todas as outras esferas sociais, como a política e a esfera cultural.
  • Uma vez que o trabalho é parte fundamental da condição humana, e é algo a ser feito socialmente, ele precisa impactar as demais atividades.
  • A força de produção – o quanto cada indivíduos consegue produzir – é um fator fundamental para um relacionamento baseado em interesses mútuos.
  • Os modos de produção são determinantes para conectar as pessoas.

Infraestrutura e superestrutura

De acordo com Marx, a base econômica da sociedade – a infraestrutura – determina a superestrutura social. Há dois tipos de superestrutura: a ideológica (que inclui ideias de todo cunho, políticas, morais, religiosas, filosóficas…) e a política (organização do Estado, governo, leis, polícia e exército).

Materialismo dialético

Segundo esta teoria, o mundo está em constante mudança, e os processos e fenômenos que vemos hoje não são coisas acabadas, mas sim em mutação. As mudanças são originadas pelo choque entre forças sociais. Para Marx, a dialética, ou o diálogo, é a união do pensamento com a realidade.

O materialismo dialético é o contrário do idealismo filosófico, uma vez que o materialismo dialético afirma que o homem, o ambiente e outros seres moldam o mundo ao mesmo tempo em que são moldados por ele.

Seguindo o raciocínio de negar o idealismo filosófico, Marx se posiciona contra a religião e qualquer manifestação sobrenatural governando o mundo. Marx era especialmente avesso à influência da religião no Estado.

O Capital

O Capital sem dúvida é a obra mais famosa de Karl Marx. Ela foi publicada em três volumes, tendo o primeiro sido publicado em 1867 e os outros dois após a morte de Karl Marx, mas sob a supervisão de Friedrich Engels.

Marx estuda nesta obra a origem e dinâmica das relações econômicas através da história. Seu foco é no capitalismo, suas características e contradições. É nesta obra que ele introduz conceitos importantes para a economia e a sociologia.

Um destes conceitos é a mais-valia, que é a diferença entre o valor do bem que o trabalhador produz e o seu salário. Esta diferença é apropriada pelo capitalista, detentor dos meios de produção, e é a base da exploração e desigualdade social.

Outro conceito é a acumulação primitiva, ou seja, o acúmulo de riquezas pela burguesia a partir do século XV que permitiu que esta classe social comandasse a Revolução Industrial. A acumulação se deu na mão de poucos, deixando a maioria do povo sem recursos.

O grande diferencial de O Capital com relação a outras obras do período é a adoção do ponto de vista do proletário e a previsão de problemas internos que irão levar o capitalismo a crises.

Manifesto Comunista

Foi publicado em 1848, logo antes das grandes revoluções populares daquele ano, também chamadas de Primavera dos Povos.

O manifesto fala sobre como a luta de classes é o motor da história, conscientiza os trabalhadores das péssimas condições de trabalho em que estavam e demonstra que, se organizados, eles podem se rebelar e conseguir condições de vida mais dignas.

Letícia Magalhães Pereira
Graduada em História
Pós-graduada em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais

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