O que a ciência brasileira está fazendo para combater o coronavírus?

A ciência brasileira responde à pandemia do novo coronavírus com a busca por diagnósticos, equipamentos e possíveis tratamentos para conter a doença.

No contexto da pandemia, todo o mundo se empenha na luta pelo combate ao novo coronavírus. A ciência e os pesquisadores de diferentes países têm realizado testes, indo em busca de medicamentosvacinas para a Covid-19. Entre eles, estão os pesquisadores brasileiros.

Desse modo, mesmo diante dos percalços no caminho, a rede de cientistas brasileiros tem atuado com força para solucionar o problema, apresentando resultados satisfatórios e dando os primeiros passos em busca dos diagnósticos, equipamentos e possíveis tratamentos para evitar a propagação do coronavírus.

Primeiros passos da rede de pesquisadores brasileiros

Ainda no final de fevereiro, mais especificamente no dia 28, o Instituto Adolfo Lutz havia publicado a sequência genética do Sars-CoV-2. O fato ocorreu dois dias depois da divulgação feita pela mídia do caso do primeiro paciente brasileiro diagnosticado com o novo coronavírus, entretanto, o Ministério da Saúde afirmou que o contágio inicial aconteceu antes, no mês de janeiro.

Já no mês de março, no dia 21, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) comunicou que os pesquisadores da instituição, em conjunto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), sequenciaram em 48 horas — um tempo recorde — os 19 primeiros genomas do vírus.

As amostras foram coletadas de pacientes dos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Quatro dias depois, em 25 de março, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicizou a primeira sequência completa do genoma do Sars-CoV-2. O grande feito foi executado por Felipe Naveca e os demais pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).

Os dados foram colhidos da amostra de um paciente do Amazonas e o estudo pode colaborar na análise do comportamento do vírus.

Já no início de abril, um grupo de cientistas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (IB/UnB) também informou ter sequenciado um genoma da Covid-19. Esse seria resultado de uma amostra colhida sob autorização de um paciente na unidade do laboratório Sabin.

A busca pela vacina

Na luta pela busca cura do novo coronavírus, pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) pesquisam e atuam em prol do desenvolvimento de uma vacina para a imunização contra a Covid-19.

O projeto usa a plataforma tecnológica de mRNA, que se sustenta da inserção na vacina de moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA), as quais apresentam instruções para produção de proteína reconhecível pelo sistema imunológico.

Conhecimento, cooperação e colaboração

Atuando na frente em redes de conhecimento, cooperação e colaboração, as instituições brasileiras e seus pesquisadores vão em busca do sequenciamento das variações do vírus original, o SARS-Cov-2.

O trabalho é árduo e longo para o desenvolvimento de testes diagnósticos que sejam sensíveis e específicos para os subtipos, ou que cubram totalmente o espectro dos subtipos.

“A ciência brasileira tem respondido de forma muito positiva aos desafios da Covid-19”, afirmou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Na lista de trabalhos bem-sucedidos, o diretor apresenta o sequenciamento genético, o desenvolvimento de novos testes, os projetos para novos ventiladores pulmonares, entre outros.

“O Brasil desenvolveu uma competência bastante razoável em virologia, criada a partir de esforços de pesquisa básica e reforçados nos últimos anos por conta das arboviroses pelas quais passamos”, destaca Pacheco.

Além de Pacheco, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Jerson Lima Silva, concorda com a afirmação. “Já temos no Rio de Janeiro uma importante rede de pesquisadores voltados para arboviroses”.

Além disso, o estado possui instituições-chaves, como é ocaso da Fiocruz, Bio-Manguinhos, Far-Manguinhos e tantos outros institutos de pesquisa vinculados às universidades ou independentes.

Rede brasileira de pesquisas científicas

A rede brasileira de pesquisas científicas está em um processo de construção há décadas e tem alcançado resultados notórios, sendo reconhecida pelo mundo todo em ocasiões de epidemias que afligem os países em desenvolvimento.

Exemplos disso são as descobertas em relação ao vírus da zika e a microcefalia, obtidas por pesquisadores da Fiocruz, em 2016.

É também responsabilidade da infraestrutura física e dos recursos humanos qualificados que o Brasil é capaz de contar com a produção local de 90% das vacinas que consome.

*Com informações de Jornal da Ciência

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