Sistema sensorial: visão

A visão é um dos 5 sentidos do corpo humano, descubra sobre a visão nos invertebrados e vertebrados e os defeitos da visão.

Os animais conseguem reagir a estímulos do ambiente externo e interno porque possuem estruturas chamadas receptores sensoriais. Esses receptores podem ser simples terminações nervosas de neurônios sensitivos (chamadas de dentritos), podem ser terminações cobertas por células especializadas ou, até mesmo, um conjunto de células que estão reunidas em um único órgão.

Esses receptores são organizados de forma que cada um é especializado em receber apenas um tipo de estímulo. Os receptores sensíveis à luz são chamados fotorreceptores, os especializados em estímulos mecânicos são os mecanorreceptores, os receptores sensíveis a produtos químicos são os quimiorreceptores e aqueles sensíveis a temperatura são os termorreceptores.

O funcionamento de todos esses tipos de receptores é semelhante ao que ocorre nas células nervosas. Um estímulo altera a permeabilidade da membrana das células do receptor e isso gera uma inversão de cargas elétricas, essa mudança é repassada para o neurônio e o impulso é levado para o sistema nervoso que envia a resposta adequada para o estímulo.

A visão nos invertebrados

A maior parte dos invertebrados possuem células fotossensíveis, como a minhoca, por exemplo. Essas células indicam presença ou ausência de luz, mas não forma imagens. Em platelmintos e alguns moluscos e artrópodes encontramos ocelos, estruturas que indicam a direção da fonte luminosa. Em organismos com olhos mais complexos, existem lentes que concentram a luminosidade e permite formar imagens nítidas e aumentar assim a sensibilidade do fotorreceptor. Outros artrópodes mais complexos e alguns crustáceos podemos encontrar além desses ocelos com lentes, estruturas que chamamos de olhos compostos que são formados por milhares de receptores organizados em posições diferentes. Os moluscos cefalópodes (polvo e lula) possuem olhos semelhantes ao dos vertebrados contendo lentes, retina e íris.

A visão nos vertebrados

O olho dos vertebrados é uma estrutura extremamente complexa. Se observarmos um olho humano, veremos que ele é recoberto por uma camada de tecido conjuntivo fibroso, que protege a estrutura ocular, ela é chamada de esclerótica. Essa esclerótica é transparente na parte frontal do globo ocular, formando assim a córnea. A parte que contém vasos sanguíneos e a melanina se situa internamente e chama-se coroide. A melanina é a responsável pela cor dos olhos, ela pode ser vista pela parte anterior da coroide, chamada íris. O centro da íris possui uma abertura por onde a luz entra, ela é conhecida como pupila.

A quantidade de luz que entra no olho é controlada pela íris que pose se contrair ou não abrindo e fechando a pupila. A luz que entra nos olhos sofre refração, ou seja, os raios de luz são desviados da trajetória e passam pela córnea, pelo humor aquoso (um líquido claro que se localiza atrás da córnea), pelo cristalino (uma lente luminosa) e pelo humor vítreo (um líquido bastante viscoso). Todos esses obstáculos que a luz encontra é chamado de conjunto de lentes convergentes, que formam uma parte muito sensível do olho, a retina. Na retina podemos encontrar dois tipos de células fotossensíveis: os bastonetes e os cones.

  • Bastonetes: essas células parecem um filme muito sensível que capta imagens mesmo se houver pouca luz, elas são fundamentais na visão noturna.
  • Cones: essas células só são estimuladas na presença de muita luz, funcionam melhor a luz do dia e fornecem imagem muito mais nítidas que os bastonetes. Os cones conseguem formar imagem em cores.
Olho humano
Olho humano

Defeitos da visão

Presbiopia

O cristalino pode alterar o seu poder de refração, a isso damos o nome de “acomodação”. A acomodação tende a diminuir com a idade avançada do indivíduo, à medida que o cristalino perde sua elasticidade. A presbiopia é uma doença conhecida como “vista cansada”, a pessoa perde a focalização dos objetos próximos e isso pode ser corrigido com o uso de lentes convergentes.

Acomodação visual
Acomodação visual

Hipermetropia

Os raios luminosos são desviados suficientemente para serem focalizados na retina pelo fato do globo ocular ser pequeno demais ou o sistema de lentes ter pouca refração. Se o objeto estiver longe da retina, o indivíduo ainda pode focaliza-lo usando a acomodação. Porém se o objeto estiver muito próximo, a necessidade de refração é muito alta, acima da capacidade de acomodação que o olho possui. A pessoa que é hipermetrope enxerga mal de perto e bem de longe, a correção pode ser feita com lentes convergentes.

Miopia

A miopia é causada no indivíduo que possui o globo ocular muito alongado ou que possui grande poder de refração do sistema de lentes. Os raios de luz se focam em um ponto antes da retina e a acomodação só consegue resolver o problema quando o objeto está próximo, quanto mais longe ele estiver o cristalino não consegue diminuir mais que a convergência e, como consequência, o indivíduo enxerga mal de longe. A correção para as pessoas míopes pode ser feita com uso de lentes divergentes.

Astigmatismo

Causada por uma curvatura defeituosa da córnea ou do cristalino que desviam os raios de luz de maneira desigual. No astigmatismo a imagem fica fora de foco em algumas direções. A correção é feita com lentes cilíndricas que também possuam curvatura desigual, compensando dessa forma a curvatura do olho.

Glaucoma

O humor aquoso se acumula e provoca o aumento da pressão ocular, isso pode lesar o nervo óptico e deixar a pessoa cega. O glaucoma deve ter diagnóstico e tratamento rápido pois a cegueira é irreversível.

Catarata

A catarata acontece quando o cristalino fica opaco e dificulta a visão. É comum em pessoas com idade avançada e pode ser corrigida com uma cirurgia que retira o núcleo do cristalino e coloca uma lente artificial no lugar.

Denisele Neuza Aline Flores Borges
Bióloga e Mestre em Botânica

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