Sucessão ecológica

A sucessão ecológica é o evento biológico que estuda as mudanças pelas quais uma comunidade passa ao longo do tempo. Essas mudanças são graduais e contínuas e ocorrem por ação de fatores ambientais sobre os seres vivos e pela reação destes no meio ambiente.

Esquema de sucessões ecológicas
Esquema de sucessões ecológicas

 

  • Ação: influência que o meio ambiente exerce sobre uma comunidade.
  • Reação: influência que a comunidade exerce sobre o habitat.
  • Coação: influência dos organismos entre si.

Uma sucessão surge de um aumento ascendente de espécies até atingir um clímax, ou seja, uma situação que não muda com a ação de fatores ambientais. Ela pode se iniciar em qualquer tipo de ambiente, de uma rocha até uma floresta. Algumas situações tornam desfavoráveis a sobrevivência de espécies como: iluminação intensa causando altas temperaturas, solo muito úmido ou muito seco que dificultam a fixação das espécies, evaporação rápida da água da chuva. As comunidades que conseguem sobreviver a ambientes inóspitos como estes são chamadas de comunidades pioneiras.

Sucessão primária

Será que uma rocha magmática, totalmente nua, pode vir a abrigar uma floresta algum dia? A resposta para esse questionamento é sim! Parece impossível, mas através da sucessão ecológica podemos obter uma ocupação progressiva de organismos para esse local. Para melhor entendimento, vamos dividir essa ocupação em estágios:

  1. No primeiro estágio, os organismos pioneiros (aqueles que sobrevivem a locais de difícil permanência) invadem o meio, no nosso caso a rocha magmática nua. Esses organismos geralmente são representados pelos líquens, cuja atividade biológica pode mudar a composição da rocha e transformá-la em solo rudimentar. A partir desta mudança podem surgir briófitas e pteridófitas simples. Esse primeiro estágio é conhecido como ecese.
  2. No segundo estágio, ocorrem alterações rápidas na comunidade, o solo é modificado pela penetração dos organismos vivos. Essas alterações juntamente com mudanças climáticas contínuas como ventos, ação das águas e variação de temperatura cria condições propícias para a instalação de outros seres vivos. Esse momento é conhecido como sere. Também podem acontecer substituições gradativas de seres vivos por outros, mudando assim a comunidade e alterando características do solo.
  3. No terceiro estágio, as alterações frequentes ocorrem por bastante tempo até que a comunidade alcance o clímax, aqui representado por uma floresta exuberante. Nesse estágio existe estabilidade e maturidade da comunidade e acontecem poucas alterações.

Sucessão secundária

Um ambiente aquático como um lago, pode um dia se tornar uma mata? A resposta também é sim, graças a sucessão secundária. O lago pode ser alterado por materiais de erosão proveniente das margens ou locais próximos, isso pode causar o assoreamento, de maneira que, progressivamente, um solo vai surgindo no lugar do lago. Esse solo vai sendo ocupado por sementes que são dispersadas de matas vizinhas, as sementes germinam, ocorrem sucessivas alterações na comunidade até que se atinja o clímax como na sucessão primária.

Sucessão ecológica de um lago até atingir seu clímax
Sucessão ecológica de um lago até atingir seu clímax

Sucessões ecológicas destrutivas

Esse tipo de sucessão não termina em clímax. As modificações que aqui ocorrem são por fatores bióticos que causam, pouco a pouco, a destruição do ambiente. É o que acontece nos cadáveres, por exemplo.

Denisele Neuza Aline Flores Borges
Bióloga e Mestre em Botânica

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