11 idiomas nativos do Brasil foram extintos, segundo a Unesco

21 de fevereiro foi a data instituída em 1999 pela UNESCO para comemorar o Dia Internacional da Língua Materna. O dia visa conscientizar sobre a importância da preservação dos idiomas nativos. Contudo, com ele, vêm à tona também preocupações crescentes acerca da extinção de línguas em todo o mundo.

Segundo a Unesco, 43% das 6.000 línguas catalogadas estão em risco de desaparecer. A situação no Brasil é alarmante, com quase 180 dialetos ameaçados. Esse cenário reflete uma tendência global, em que 2.465 desses idiomas foram classificados como ‘em perigo’ em 2017.

Desde 1950, 229 línguas já se extinguiram, com dez delas sendo registradas na última atualização da organização. Além do Brasil, países como Estados Unidos e Índia enfrentam desafios semelhantes, com 191 e 197 línguas ameaçadas, respectivamente.

Idiomas falados por menos pessoas têm grande risco de sumirem – Imagem: reprodução

Educação multilíngue como solução

A Unesco defende que a internet pode ser uma aliada para preservar tais idiomas por meio de registros e dicionários. Todavia, a entidade destaca a importância da educação multilíngue, que se inicia com o ensino na língua materna e se expande para outras línguas.

Atualmente, 40% da população global não tem acesso à educação em seu idioma nativo. Esse fator contribui significativamente para a extinção dos dialetos e perpetua problemas de desigualdade social.

Já Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, apelou para um reconhecimento global da educação multilíngue. Ela salientou a necessidade de integrar o idioma materno das crianças nos sistemas educativos, culturais e administrativos, promovendo maior equidade.

Situação das línguas no Brasil

O Brasil possui um número expressivo de dialetos ameaçados em diferentes estágios de risco, sendo quase 180 línguas.

• 97 — ‘vulneráveis’;

• 45 — ‘perigo crítico’;

• 19 línguas — ‘severamente em perigo’

• 17 — ‘definitivamente em perigo’.

Onze idiomas já foram declarados extintos, incluindo:

1. Amanayé;

2. Arapáso;

3. Huitoto;

4. Krenjê;

5. Máku;

6. Múra;

7. Nukiní;

8. Torá;

9. Yurutí;

10. Umutina;

11. Xakriabá.

Para reverter essa realidade, é crucial promover políticas que incentivem a preservação e o ensino das línguas nativas. A inclusão delas nas escolas e na sociedade, por exemplo, é imprescindível para garantir sua sobrevivência.