92 países afetados: Apple alerta sobre ataque de spyware no iPhone

A Apple notificou usuários do iPhone de 92 países sobre uma tentativa de ataque de um ‘spyware mercenário’. A empresa não informou quem são os invasores e nem os países onde os casos ocorreram, mas as pessoas afetadas foram avisadas individualmente.

Os donos dos aparelhos receberam uma mensagem comunicando que foram alvo de um ataque mercenário de spyware “que está tentando remotamente comprometer o iPhone associado ao seu Apple ID”. Em seguida, a fabricante informa o número de identificação do aparelho e faz o alerta: “o ataque está provavelmente visando você por causa de quem você é ou o que você faz”.

“Embora nunca seja possível ter certeza absoluta ao detectar tais ataques, a Apple tem alta confiança neste aviso – por favor, leve-o a sério”, completa a marca da maçã.

Segundo o Laboratório de Segurança da Anistia Internacional, políticos e jornalistas da Índia, Sérvia, Jordânia e Armênia têm sofrido ataques com uso de softwares maliciosos. Não há informações sobre brasileiros que tenham recebido o aviso.

Como funciona o ataque

De acordo com a Apple, o malware tem como alvo públicos específicos, como opositores de regimes ou figuras relacionadas a governos. A mensagem é enviada aos donos de iPhones quando alguma ferramenta de uso global para espionagem é detectada, a exemplo do que ocorreu com o Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense de inteligência cibernética NSO Group.

A companhia já emitiu alertas semelhantes sobre o programa em 2021, mas ele continuou ativo nos anos seguintes. Em 2023, vários usuários foram alertados novamente sobre “ataques patrocinados por um governo”, sem mais detalhes.

Na época, Donncha Ó Cearbhaill, chefe do Laboratório de Segurança da Anistia Internacional, destacou a presença do spyware Pegasus nos celulares de jornalistas indianos.“Nossas descobertas mais recentes mostram que, cada vez mais, os jornalistas na Índia enfrentam a ameaça de vigilância ilegal simplesmente por fazer seu trabalho, juntamente com outras ferramentas de repressão, incluindo prisão sob leis draconianas, campanhas de difamação, assédio e intimidação”, relatou.

“Tais ataques são muito mais complexos do que atividades criminais cibernéticas comuns e malware direcionado a consumidores, já que as pessoas por trás dos ataques de spyware mercenário usam recursos excepcionais para atingir um número muito pequeno de indivíduos”, disse a Apple.

Proteção contra invasões

Na página de suporte da Apple, é possível encontrar informações para se proteger dos “spywares mercenários”. O usuário que recebeu o alerta da empresa deve procurar uma assistência de segurança de emergência de resposta para proteger suas informações, além de atualizar o iPhone para a versão mais recente do iOS.

Também é importante proteger o smartphone com um código PIN e adotar a verificação em dois fatores. A fabricante ainda recomenda à pessoa iniciar uma sessão no site do Apple ID para confirmar se a notificação é verdadeira e evitar clicar em links que afirmam ser da empresa, já que esse pode ser mais um passo do golpe.

*Com informações do Estadão.