Você sabe o que é o Outback australiano – onde fica, principais características
As principais características desse cenário tipicamente australiano, as cidades que fazem parte, animais típicos e o que fazer nessa região
Quando falamos em Austrália, qual é a primeira imagem que lhe vem à cabeça? Ok, vamos entender se falar de coalas e cangurus mas, além dessas criaturinhas para lá de simpáticas, que tipo de paisagem remete ao país?
Se ficar confuso para responder essa pergunta, é compreensível pois, a Austrália é um país dotado de uma profusão de cenários. Praias paradisíacas, cidades modernas e, também, um grande deserto que ambientou incontáveis produções cinematográficas.
E, é justamente dessa porção – imensa, diga-se de passagem – que vamos falar agora, o Outback Australiano. Um dos maiores símbolos do maior país da Oceania tem espaços que parecem infindáveis e que ajudam a compreender o espírito aventureiro de seu povo.
Essa porção gigantesca de terra marrom caracteriza a maior essência da Austrália e conta a história do desenvolvimento da nação. Vamos ver, a partir de agora, o que é o Outback australiano e suas principais características.
O que é o Outback australiano?
Outback é o termo usado para designar o interior desértico da Austrália. Pode-se dizer que outback é tudo aquilo que não é litorâneo ou que esteja perto das grandes cidades. Ou seja, como explica a própria tradução literal do termo, “tudo o que está para trás”.
Por isso, a região compreende o interior, as áreas rurais e desérticas. De fato, é impossível saber onde ele começa ou termina, por isso, não nenhuma demarcação ou borda oficial para definir seus limites.
O outback cobre quase ⅔ do território australiano e sua parte central é chamada de Red Centre. A extensão aproximada a 1.550.000 km² é composta por diversas sub-regiões, como o Deserto de Simpson, Grande Deserto de Gibson, Deserto de Tirani-Sturt, Grande Sandy-Tanami e Deserto Vitória.
Principais características do Outback australiano
A maior parte do Outback australiano é coberto por areia grossa e avermelhada mas, no período de chuvas (que é breve, por sinal), é tomada por uma vegetação rasteira. Mas, é importante mencionar que a terra provoca um dos fenômenos mais bonitos da região.
A cor avermelhada contrasta com os monólitos de granito. Com isso, dependendo do ângulo em que o sol incide no solo, as estruturas vão mudando de cor ao longo do dia, indo do amarelo ouro até o roxo, passando pelo laranja, rosa e várias outras tonalidades.
Uma das principais características de seu solo é a pouca fertilidade. Tanto que nem o uso de fertilizantes potentes possibilita a prática da agricultura na região. Outra consequência disso é a escassez de árvores de grande porte.
Os índices pluviométricos variam conforme a localização. As chuvas são mais frequentes ao longo do ano na parte norte, conhecida como Top End. O sul e centro-sul, pelo contrário, são regiões áridas ou semi-áridas.
Nessas regiões, as temperaturas são elevadas. Para se ter uma ideia, em janeiro de 1960 os termômetros bateram 50,7°C na comunidade de Oodnadatta, Austrália Meridional. Mas, não se engane! No inverno, o Outback chega a registrar temperaturas negativas à noite.
Uma forte característica do outback australiano é a superfície de terra salgada que, em um passado distante, já foi mar. O esperado seria nenhum tipo de vida vegetal nascer por ali mas, surpreendentemente, esses “lagos secos” deram lugar a arbustos e flores coloridas.
O relevo da região é composto por formações rochosas de variados tipos, desde vales até gargantas e desfiladeiros. Ao longo de sua extensão, é possível encontrar dunas vermelhas, áreas de vegetação rala, cerrados, lagos salgados e bosques.
População do Outback australiano
Ainda que a maior parte do país seja coberto pelo Outback australiano (o território da Austrália é 56% desértico), menos de 10% da população reside nesta região. Porém importantes cidades estão localizadas no deserto. Como exemplos, citamos:
- Alice Springs
- Broken Hill
- Coober Pedy
- Kalgoorlie
- Coolgorlie
As temperaturas extremas fazem com que os habitantes destas e de cidades menos populosas residam em construções subterrâneas. A temperatura interna das residências não ultrapassa os 24ºC enquanto, do lado de fora, os termômetros acusam o dobro.
Porém, o principal símbolo populacional do outback são, sem dúvida, os aborígenes. E quem são os aborígenes? Estes povos são os habitantes originais da Austrália e vivem no interior há mais de 40 mil anos.
Por isso, desenvolvem uma relação espiritual com o outback e contam sua história através de desenhos feitos em pedras e cavernas, especialmente, na Cordilheira James. Os aborígenes dominam o uso de plantas, sementes e animais, tanto para alimentação quanto para fins medicinais.
Sua importância para a região e a própria história australiana fizeram com que o governo do país concedesse a eles títulos de terras no interior. Por esse motivo, a maior parte das vilas e aldeias aborígenes da Austrália estão distribuídas pela extensa região do outback.
Riquezas naturais do Outback australiano
O solo infértil impossibilita a prática da agricultura, apesar de ela ainda ser praticada em algumas áreas mais periféricas, como o Cinturão do Fogo. Porém, o outback australiano é reconhecido por sua intensa riqueza mineral.
De lá, são extraídos alumínio, ferro, chumbo, ouro, zinco e níquel. O cenário natural do outback reúne, ainda, grandes surpresas para quem o visita. A principal atração do outback, inclusive, é o Uluru, um monólito de gigantes proporções.
A mudança de cores proporcionada pelo uluru é visível pela região inteira mas, com maior intensidade no Parque Nacional de Uluru-Kata Tjuta. Em toda sua extensão, não é de surpreender encontrar cavernas formadas a partir de lava solidificada.
Nem só de secura vive o outback australiano! O território abriga espécies animais características da região, como répteis, lagartos e aves endêmicas. Além disso, é lá que você vai encontrar o canguru, animal que é sinônimo de Austrália.
Curiosidades
No meio do continente, próximo a Alice Springs, está uma formação rochosa chamada Ayers Rock, ou Uluru. O monte tem 346 metros de altura e configura uma das principais atrações turísticas da região.
Outro ponto muito conhecido perto dali é o Monte Conner, cuja altitude é de 300 metros sobre a planície que o rodeia. Outra curiosidade sobre o outback são os formigueiros gigantes. Algumas formações chegam a cinco metros de altura!
A formação geológica e vegetativa do outback proporciona, também, excelente visão do céu estrelado. Como o relevo traz poucos acidentes geográficos e a vegetação é mais baixa, o visitante consegue ter visão estelar que vai além dos limites celestes.
E os cangurus? O animal que é quase um símbolo da Austrália pode ser facilmente encontrado no outback. A maior parte deles se concentra nas montanhas de Simpsons Gap.
Como chegar ao Outback?
Mesmo que, à primeira vista, a região do outback pareça inóspita e inatingível, essa primeira impressão é derrubada pelas várias formas de chegar até lá. Uma das opções é o The Ghan, trem que sai da cidade de Adelaide e atravessa o deserto até chegar a Darwin.
O percurso total é de 3 mil quilômetros. Há, também, voos que chegam a Darwin e Alice Springs, de onde parte excursões no estilo safári, ônibus e jipes.
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