Nova espécie de preguiça – cabeça de coco – é descoberta no Brasil

Pense em um coco seco. A sua semelhança com a cabeça desta preguiça – a já tão comentada preguiça-de-coleira – é gritante. Encontrada na Mata Atlântica do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, a característica física mais óbvia é a cabeça. Ela nos lembra a um coco por causa da sua cabeleira que é áspera e castanha, além de mais cheia que a das preguiças nordestinas. Descubra mais sobre as preguiças recém-descobertas.

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Preguiça-de-coleira-do-Sudeste

Até o primeiro dia de outubro, havia apenas cinco espécies de bicho-preguiça no Brasil: preguiça-comum, preguiça-de-hoffmann, preguiça-real, preguiça-bentinho e preguiça-de-coleira. Contudo brasileira Flávia Miranda diferenciou um novo tipo na última espécie. A que já é conhecida por estar restrita à Bahia e ao Sergipe. A nova espécie é encontrada apenas na Mata Atlântica do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Por esse motivo, ela é classificada como endêmica, ou seja, ela é encontrada apenas em um local específico, pois raramente migram ou se adaptam a outros ambientes. Sendo assim, é possível diferenciar as espécies como preguiça-de-coleira nordestina – que já era conhecida – e preguiça-de-coleira “sudestina” que é diferenciada apenas em outubro de 2022, após a publicação de um artigo científico.

O que diz o estudo

Há cerca de quatro anos, o estudo começou a ser produzido por pesquisadores de diferentes áreas e de diversas universidades. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Virginia Tech (Universidade norte-americana) foram as principais envolvidas na produção do artigo e diferenciação das espécies.

Desde 1850, o pesquisador Gray já havia apontado diferenças entre os mamíferos do Sudeste e do Nordeste, que se separaram pelo Rio Mucuri e o Rio Doce. Continuando a linha investigativa, os cientistas utilizaram ferramentas de pesquisa genética, geográfica e de morfometria para procurar distinções entre as espécies.

Principais diferenças entre elas

Além do contraste da anatomia e do aspecto fenotípico da cabeça das preguiças, foi constatado divergências no material genético, no esqueleto e no crânio de ambas. Essas diferenças são esperadas, uma vez que elas estão separadas há cerca de cinco milhões de anos.

Há também diferenças nas pelagens, embora essa divergência ainda precise de mais amostras e comparações para ser confirmada. Para isso, é necessário investir em técnicas de conservação e proteção às espécies, afinal de contas, elas estão classificadas como ”vulneráveis” especialmente pela perda e fragmentação de seu habitat.