Futuro das rádios AM pode estar com dias contados; O motivo? Carros elétricos!
Contadoras de carros elétricos explicam relação dos novos veículos com este tipo de onda de rádio.
Apesar do avanço da internet e do streaming, o rádio ainda encontra seu espaço e tem seus ouvintes fiéis, sobretudo quando falamos do rádio AM. As estações deste tipo de frequência focam em transmitir notícias, música e, principalmente, jogos esportivos. Entretanto, os dias do AM podem estar contados.
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O motivo? Os carros elétricos. O crescente número deste tipo de veículo pode levar à extinção das rádios AM por um motivo simples: interferências eletromagnéticas, de acordo com as montadoras de carro.
As ondas AM não chegam “limpas” aos rádios dos carros elétricos. Assim, a recepção é cheia de chiados, barulhos confusos e zunidos de alta frequência. As ondas FM, por outro lado, são mais resistências às interferências.
Algumas montadoras já estão retirando as AM de seus veículos. Em nota à imprensa, a BMW afirmou que tomou a decisão para não “frustrar os consumidores” com a recepção de baixa qualidade. Outras empresas, como Tesla Audi, Ford, Porshe e Volvo, também seguiram o mesmo caminho.
Qual o problema de acabar com as rádios AM?
Haja vista que há um grande número de emissoras AM espalhadas por todo o mundo, com certeza haverá um impacto econômico. Sem contar no desemprego dos trabalhadores destas estações de rádio.
Ron January, gerente de operações da WATV-AM, uma estação de rádio do Alabama (EUA), comparou o corte das AM dos veículos a “assassinato”. Segundo ele, a maior audiência da sua emissora vem dos carros.
“A maior parte dos nossos ouvintes estão dirigindo de manhã e à tarde, quando as pessoas estão indo ou voltando do trabalho. Então, se não estivermos no seu carro, não existiremos”, lamentou ele ao New York Times.
Além disso, a recepção AM é crucial em momentos de emergência. Por conseguirem percorrer mais distâncias, podem ser fonte crucial de notícias em lugares mais afastados e de difícil acesso.
Dá para reverter a situação com carros elétricos?
Alguns especialistas dizem que sim, já que os problema de recepção não são intransponíveis. Há como controlar a interferência com cabos blindados, filtros e maior cuidado ao inserir componentes elétricos no veículo.
Entretanto, toda essa parafernália exige tempo e dinheiro das montadoras de carro. E, talvez, este seja um investimento que as empresas não estão dispostas a fazer. Afinal, de acordo com o site The Drive, as rádios AM estão começando a perder popularidade de qualquer forma, ao menos da Europa.
Quem ainda ouve rádio AM?
Segundo um levantamento da Nielsen, uma empresa global que mede a audiência de veículos de comunicação em todo o mundo, os ouvintes AM representam apenas 20% de todos os ouvintes dos EUA. Além disso, estas pessoas tendem a ser mais velhas (um terço com mais de 65 anos).
No Brasil, o último levantamento do Kantar IBOPE apontou que 8 em cada 10 brasileiros ouviram rádio em agosto de 2022. Além disso, gastam, em média, 3h58 suas estações favoritas. O meio de comunicação ainda é ouvido por 83% da população, mostrando um aumento de 3% em relação ao ano passado.
Talvez, a ameaça às AM no Brasil ainda demore um pouco a chegar. Mesmo que, ainda segundo o Kantar, 80% dos ouvintes ainda preferem o rádio comum, o número de carros elétricos por aqui ainda é baixo.
O número está crescendo, mas ainda não é uma realidade para todos. Segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE), houve aumento 43,4% de veículos elétricos no país, se comparado com o ano passado. Entretanto, o presidente do órgão alerta que, mesmo com os bons números, a realidade brasileira ainda é distante da de outros países, como os EUA.
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