Cidade Proibida: A Casa dos Imperadores Chineses
A Cidade Proibida (também chamada de Zijin Cheng) é um complexo palaciano de 72 hectares em Pequim.
No total, 24 imperadores ocuparam a Cidade Proibida. Ela é chamada assim porque só podia ser acessada pelo imperador. Além dele, sua família imediata, suas mulheres e milhares de eunucos (servos castrados) e funcionários tinham acesso.
Complexo
O complexo é composto por cerca de 980 edifícios, principalmente nas cores amarela e vermelha. São cercados por uma parede de 10 metros de altura e um fosso de 52 metros de largura.
A cidade é configurada em um eixo norte-sul que se alinha com a estrela polar. Ela enfatiza a posição do imperador como o filho do céu.
A parte sul, que também é chamada de corte externa, termina no Salão da Harmonia Suprema (o maior edifício). Costumava ser o local onde os negócios oficiais eram realizados. A parte norte, que também é conhecida como a corte interna.
Nessa região ficava as residências do imperador e sua família. Além disso havia o harém onde suas concubinas eram mantidas.
Era difícil para uma pessoa comum entrar na Cidade Proibida. O caso mais provável seria o de uma pessoa tranformada em eunuco. Ou seja, tendo seus órgãos genitais cortados.
Atualmente
A Cidade Proibida é um importante destino turístico atraindo milhões de visitantes por ano. Em um único dia a Cidade Proibida recebeu 175.000 visitantes. Isso a tornou o destino de Patrimônio Mundial mais visitado do mundo.
Origens
O complexo do palácio foi construído por Zhu Di (o Imperador Yongle) que viveu em 1360-1424 dC. Ele foi coroado imperador em 1402, depois de derrubar seu sobrinho do trono.
Depois de sua ascensão, ele decidiu transferir a capital imperial de Nanjing para sua base de poder. O local era chamado Beiping, mas foi renomeando para Beijing, “a capital do norte”.
Mover a capital e construir um novo complexo palaciano foi uma operação imensa. Isso significou expandir o sistema de canais da China e mobilizar cerca de 1 milhão de trabalhadores. Eles cortaram árvores, pedras, rochas, fabricaram tijolos e transportavam suprimentos, entre as muitas outras atividades necessárias.
Um grande número de enormes pedras foram extraídas e transportadas para a construção da cidade nos séculos XV e XVI. O mais pesado desses pedregulhos gigantes, apropriadamente chamado de Grande Talha de Pedra, agora pesa mais de 220 toneladas, mas pesava mais de 330 toneladas.
Entrando na cidade
O Portão Meridiano, com torres de até 38 metros, está localizado no sul. Ele serve como entrada formal para a cidade. O portão leva os visitantes através de uma série de pátios. Eles terminam no Salão da Suprema Harmonia, o maior e mais central edifício onde o imperador fazia negócios.
Em épocas posteriores, depois que uma linhagem de governantes da Manchúria formou a Dinastia Qing (1644-1912), outro edifício conhecido como “Salão do Cultivo Mental” assumiu, na prática, o principal local de trabalho do imperador.
Mudança de dinastias
Um dos eventos mais importantes na Cidade Proibida ocorreu em 1644. Naquele ano, um exército rebelde atacou Pequim, forçando o último imperador da dinastia Ming, Zhu Youjian (o imperador Chongzhen) a cometer suicídio.
Um exército manchu da Manchúria foi convidado pelos demais partidários de Ming a marchar sobre Pequim e expulsar os rebeldes. Eles conseguiram, mas o preço de seu sucesso foi a fundação de uma nova dinastia liderada pelos manchus, conhecida como Qing.
Seus governantes iriam reconstruir Pequim e grande parte da Cidade Proibida, após a devastação causada pelas forças rebeldes. Eles incorporaram os costumes Manchus no cotidiano da cidade, enquanto continuavam a respeitar os costumes Ming anteriores.
A Dinastia Qing seria a última dinastia imperial da China, terminando em 1912 com a abdicação do Puyi de 5 anos de idade.
Aposentadoria de um imperador
A dinastia Qing atingiu o ápice de seu poder sob o governo de Hongli (o imperador Qianlong) que reinou em 1736-1795. Em 1795, depois de governar por 60 anos, ele se aposentou oficialmente como imperador para que a duração de seu governo não superasse a de seu avô.
Ao fazê-lo, ele construiu um palácio de aposentados chamado Ningshougong (Palácio da Tranquilidade e Longevidade) na parte nordeste da Cidade Proibida.
Na prática, o imperador Qianlong nunca foi capaz de desfrutar plenamente deste palácio ou de sua aposentadoria, mantendo o poder não oficial até sua morte, em 1799. Seu governo representaria o auge da dinastia Qing, sendo o século 19 um de declínio.
Mao
Mesmo sem os imperadores, ainda havia muita história a ser feita na Cidade Proibida. Na guerra civil chinesa que eclodiu após a Segunda Guerra Mundial, os nacionalistas levaram cerca de 600.000 tesouros, originalmente da Cidade Proibida, para Taiwan, onde agora fazem parte de um Museu do Palácio em Taipei.
Quando os comunistas sob o comando de Mao assumiram o controle de Pequim, eles não sabiam o que fazer com a Cidade Proibida. A opulência do local parecia em desacordo com o modo de pensar de Mao. Os planos eram de destruí-lo.
O plano nunca foi colocado em ação. Quando Richard Nixon fez sua viagem inovadora à China em 1972, ele visitou a Cidade Proibida.
História inexplorada
Hoje, ainda há muitas outras histórias esperando para serem contadas sobre a Cidade Proibida. O Museu do Palácio em Pequim tem mais de 1,5 milhão de artefatos da cidade. Isso inclui muitos itens que ainda precisam ser publicados.
Hoje a importância da Cidade Proibida é novamente indiscutível. Quaisquer dúvidas que Mao teve sobre a Cidade Proibida, quando ele entrou pela primeira vez, foram deixadas de lado e hoje o local é reconhecido como um dos maiores patrimônios da China e do mundo.
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