Existem exércitos de treinadores por trás das inteligências artificiais
As novas IAs conversacionais, como o ChatGPT, da OpenAI, precisam ser treinadas por seres humanos para se desenvolverem corretamente.
Não é segredo para ninguém que as novas inteligências artificiais conversacionais, como o ChatGPT, são treinadas por seres humanos.
Contudo, um relatório divulgado recentemente pela emissora NBC News, fez questão de destacar o trabalho desses treinadores, que muitas vezes é negligenciado pelo mercado.
No relatório, constam depoimentos de profissionais como o programador Alexej Savreaux, de 34 anos, que atualmente reside no Kansas, Estados Unidos.
Em seus relatos, o homem afirma que já trabalhou para diversas empresas de Inteligência Artificial, como a OpenAI, que concebeu o ChatGPT. Segundo Alexej, a sua função era justamente programar os sistemas de IA para que pudessem deduzir dados e dar respostas “humanizadas” aos usuários.
Savreuax, que já foi cozinheiro e transportador de lixo, disse que apesar de “invisível” o trabalho dos treinadores de IA é imprescindível. “Somos trabalhadores um pouco desvalorizados, mas extremamente necessários”, disse ele.
Ainda de acordo com o programador, não importa o ajuste feito nas máquinas, se não houver profissionais como ele trabalhando nas IAs, elas simplesmente não funcionam corretamente.
“Você pode projetar todas as redes neurais que deseja [nas inteligências artificiais], pode envolver toda a programação necessária, mas sem os treinadores você não tem ChatGPT. Você não tem nada!”, afirmou.
Alexej Savreaux também reclamou do salário recebido pelo serviço de ensinar inteligências artificiais. Segundo ele, o valor pago pela OpenAI era de US$ 15 por hora.
Para se ter uma ideia, o atual “salário mínimo” pago nos Estados Unidos é de US$ 33,20 por hora, segundo informações do Bureau of Labor Statistics. Isso é mais que o dobro do que Savreaux disse ter recebido.
Com a crescente demanda por treinadores de Inteligência Artificial, mais regulamentações para essa profissão devem surgir nos próximos anos, a fim de que os profissionais possam ter os seus direitos trabalhistas assegurados.
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