Satélite consegue coletar e transmitir energia do sol a partir do espaço

Pela primeira vez, cientistas conseguiram captar a energia do Sol a partir do espaço, enviando-a para Terra em seguida.

Um satélite espacial lançado em janeiro conseguiu enviar energia solar captada no espaço para a Terra. Na verdade, o aparelho transmitiu a energia para outros alvos no espaço, mas uma parte dessas micro-ondas foi direcionada para o planeta.

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A novidade foi anunciada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em 1º de junho. “Ninguém fez isso antes”, disse o cientista espacial Sanjay Vijendran da Agência Espacial Europeia (ESA). “Eles [pesquisadores] estão trazendo credibilidade ao tema ao demonstrar essa capacidade”, completou.

Captar energia solar do espaço é um sonho antigo

Coletar a energia do sol diretamente no espaço e enviá-la para a Terra é um dos grandes sonhos da humanidade. Afinal de contas, o Sol possui energia 100% limpa e “infinita” que pode ser utilizada pelos humanos no dia a dia de diversas formas.

A NASA chegou a planejar uma missão de demonstração durante a crise energética dos anos 1970. Mas, com a tecnologia da época, transportada pelo Ônibus Espacial e montada por astronautas, a missão teria custado cerca de US$ 1 trilhão.

Atualmente, existem novas perspectivas sobre o tema. Células solares e feixes de micro-ondas são mais baratos e mais eficientes. Robôs capazes de montar estruturas logo estarão em órbita, e empresas como a SpaceX reduziram o custo dos lançamentos.

Estudos recentes encomendados pela ESA e pelo governo do Reino Unido sugerem que geradores gigantes em órbita em breve serão capazes de gerar eletricidade a custos comparáveis ​​a usinas nucleares terrestres.

Novos avanços

A missão Caltech, financiada pela Donald Bren Foundation e Northrop Grumman Corporation, visava dar um passo adiante com componentes leves, baratos e flexíveis.

O transmissor de energia por micro-ondas era um conjunto de 32 antenas planas colocadas em uma superfície ligeiramente maior que um prato de mesa.

Variando o tempo dos sinais enviados para as diferentes antenas, os pesquisadores puderam direcionar o feixe do arranjo. Eles apontaram para um par de receptores de micro-ondas a cerca de um antebraço de distância e mudaram o feixe de um receptor para o outro à vontade, acendendo um LED em cada um.

O interesse pela energia solar baseada no espaço parece estar ganhando força. A ESA encomendou este ano dois estudos sobre arquiteturas potenciais para estações de energia em órbita.

A empresa iniciante Virtus Solis Technologies também está testando transmissão de energia e planeja lançar uma planta piloto em órbita em 2026. O CEO John Bucknell diz que a empresa pretende oferecer energia comercial aos clientes antes do final da década.

“A energia solar espacial é a única tecnologia de energia limpa, firme e escalável [com] um caminho confiável para emissões reais de carbono zero”, conforme aponta o site Science.org.

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