Satélites da SpaceX estariam vazando radiação, segundo pesquisadores
As informações foram repassadas pelos pesquisadores da União Astronômica Internacional. Entenda quais impactos isso pode trazer!
Há poucos dias, pesquisadores revelaram que os satélites Starlink da SpaceX estão vazando radiação, fato que causou muita preocupação em especialistas.
A constelação de satélites da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, foi projetada para fornecer internet em todo o mundo. No entanto, agora estaria poluindo as faixas de comprimento de onda destinadas a ondas de rádio.
O que está acontecendo com os satélites da SpaceX?
Um estudo realizado pelo engenheiro Federico Di Vruno, do Observatório SKA e da União Astronômica Internacional, confirmou os temores sobre o impacto das constelações de satélites na pesquisa astronômica.
Observações anteriores sugeriam a existência de vazamentos de radiação provenientes dos equipamentos, e agora essas suspeitas foram comprovadas.
Atualmente, a SpaceX possui cerca de 4.365 satélites em órbita terrestre, com planos de lançar milhares de outros em um futuro próximo.
Além disso, outras empresas, como OneWeb e Amazon, também estão construindo suas próprias constelações de satélites. Esse aumento no número de dispositivos na órbita terrestre tem causado uma crescente preocupação entre os astrônomos.
A poluição luminosa causada pela visibilidade dos satélites já foi abordada pela SpaceX, que desenvolveu uma versão de menor intensidade luminosa.
No entanto, a astronomia de rádio, que é igualmente importante, continua sendo afetada. Dessa forma, as frequências de rádio entre 10,7 e 12,7 gigahertz, usadas pelos satélites para comunicação de retorno, podem ser comprometidas.
Utilizando a Rede de Frequência Baixa (LOFAR) na Europa, que é composta por 20.000 antenas de rádio, os pesquisadores detectaram vazamentos de radiação eletromagnética em 68 satélites da constelação Starlink.
Esses vazamentos ocorrem em uma faixa de frequência protegida e especificamente designada para a astronomia de rádio.
Perspectivas futuras
Embora esse vazamento de radiação seja acidental e não esteja violando nenhuma regra atualmente, os cientistas estão preocupados com o impacto a longo prazo. Quanto mais satélites forem lançados e emitirem esse sinal de rádio indesejado, mais intenso ele se tornará.
Os pesquisadores entraram em contato com a SpaceX, que está trabalhando para reduzir ou eliminar esses vazamentos acidentais.
Além disso, essa descoberta precoce permite que ajustes sejam feitos em projetos futuros de constelações de satélites, enquanto os reguladores trabalham para preencher as lacunas nas regras existentes.
“A presente pesquisa destaca as possíveis consequências não intencionais do desenvolvimento tecnológico na astronomia”, afirma o astrônomo Michael Kramer, do Instituto Max Planck de Radioastronomia e da Astronomische Gesellschaft na Alemanha.
“Com a SpaceX liderando pelo exemplo, esperamos que toda a indústria de satélites e os reguladores apoiem medidas para mitigar esses efeitos indesejados”, complementou.
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