Ensino Profissional e Tecnológico é o melhor caminho para ‘requalificar’ educação
A conclusão é de duas pesquisas, do Sesi e do Senai, junto a empresários e com o público, em geral
No contexto do Novo Ensino Médio, a proposta de universalização da oferta de Ensino Profissional e Tecnológico (EPT) é ‘o melhor caminho’ para a recuperação da qualidade da educação brasileira, de acordo com duas pesquisas realizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi), a primeira, junto a um universo de 2.007 brasileiros e outra, que consultou 1.001 empresários de pequenas, médias e grandes indústrias.
Para um terço dos industriais ouvidos, o EPT é a prioridade máxima e ‘o ponto mais forte’ da educação pública, superando de longe o ensino superior, que recebeu 23% das respostas. Quanto às vantagens da formação técnica, o segmento empresarial elegeu os seguintes fatores positivos: preparar melhor para o mercado de trabalho (45%); cursos mais focados (28%); cursos mais práticos (22%); boa aceitação no mercado de trabalho (18%); ter mais conhecimento/habilidades (17) e começo na carreira profissional (16%). Já entre a população, de modo geral, o EPT lidera com folga, com 66% das opções que o consideram ‘ótimo ou bom’.
Apesar da excelente expectativa da população brasileira em relação ao potencial do EPT, o cronograma da reforma do ensino médio – aprovada em 2017 e iniciada, de fato, em 2021 – estaria, no momento, ‘pausado’ pelo Ministério da Educação, a pretexto de uma ‘discussão’ (a princípio, sem prazo de conclusão) com a sociedade civil, ‘desejáveis ajustes’ em seu ‘desenho e execução’.
Em que pese a ‘marcha lenta’ adotada pelo Executivo, o Novo Ensino Médio inclui mudanças, como o aumento na carga horária; flexibilização na escolha das disciplinas pelos alunos; e a proposta de universalização da oferta do EPT em todo o país.
Outro dado da pesquisa é a votação maciça por 91% dos entrevistados, em favor da opção preferencial dos jovens pelo EPT. Para igual percentual de empresários, há o entendimento de que os cursos técnicos viabilizam um ingresso mais célere ao mercado de trabalho, com base no pressuposto de que é mais fácil obter emprego se o candidato já possuir formação profissional.
Para 85% do empresariado consultado, os cursos técnicos também abrem espaço a um leque mais amplo de vagas. Para 63% dos consultados, o curso técnico apresenta vantagem, mais do que o ensino superior, na hora de concorrer a uma oferta maior de vagas de emprego. Já outros 21% dos industriais entendem que o ensino técnico deve ser priorizado na pauta educacional do governo, nos próximos anos, tendo em vista conciliar as ‘demandas do setor produtivo’ com as ‘políticas oficiais para a juventude’.
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