Prêmio IgNobel 2023: conheça as pesquisas científicas campeãs no quesito 'comédia'
Fundado em 1991, o hilário Prêmio IgNobel literalmente premia as pesquisas científicas mais engraçadas do mundo em cada ano. Confira e dê boas risadas!
Desde 1991, a revista de humor científico “Annals of Improbable Research” tem reconhecido pesquisadores com o IgNobel, um prêmio que celebra “conquistas científicas que primeiro fazem as pessoas rir e depois as fazem pensar”.
O prêmio é uma divertida paródia ao tradicional Nobel e reconhece estudos com teor cômico ou inusitado. Em 2023, quatro notáveis pesquisas foram agraciadas com esta honraria. Confira a seguir!
Uma pesquisa sobre o hábito de lamber pedras. É isso mesmo que você leu!
O paleontólogo Jan Zalasiewicz, da Universidade de Leicester, foi agraciado com o prêmio IgNobel 2023 na categoria Química/Biologia.
O reconhecimento veio após ele elaborar um ensaio tentando explicar um curioso hábito de sua profissão: por que os paleontólogos muitas vezes lambem pedras?
Zalasiewicz argumenta que molhar a superfície das pedras realça as texturas fósseis e minerais, que, de outra forma, poderiam se perder em um emaranhado de microrreflexões e microrrefrações na superfície seca.
O paleontólogo revelou ainda uma experiência pessoal em que lambeu uma rocha à beira de uma estrada e, para sua surpresa, descobriu ser um foraminífero bem-preservado.
“Saciedade semântica”? O que seria isso?
Um time de estudiosos liderado por Chris Moulin e composto por Nicole Bell, Merita Turunen, Arina Baharin e Akira O’Connor mergulhou no fenômeno conhecido como “jamais vu”, o oposto do popular déjà vu.
O déjà vu é uma sensação na qual, num instante, algo familiar parece estranhamente novo ou desconhecido para determinada pessoa.
Em experimentos realizados com estudantes voluntários da Universidade de Leeds, os participantes repetiram uma seleção de palavras várias vezes e, posteriormente, relataram as sensações experimentadas.
O resultado? A equipe de pesquisadores cunhou o termo “saciedade semântica” para descrever o efeito observado: após repetir palavras muitas vezes, os participantes frequentemente sentiam que tais vocábulos perdiam seu significado ou soavam peculiares.
(Imagem: divulgação)
Acredite, os pelos das narinas têm tudo a ver com a alopecia
Um grupo de pesquisadores, liderado por Christine Pham e integrado por Bobak Hedayati, Kiana Hashemi, Ella Csuka, Tiana Mamaghani, Margit Juhasz, Jamie Wikenheiser e Natasha Mesinkovska foi agraciado com o IgNobel de Medicina por uma investigação peculiar e intrigante.
A equipe examinou cadáveres para determinar se havia um número igual de pelos em ambas as narinas. A curiosidade científica por trás do estudo foi a alopecia, uma condição que leva à perda de cabelos, cílios, sobrancelhas e outros pelos.
A equipe notou que indivíduos com alopecia frequentemente apresentam mais propensão a doenças respiratórias. Assim, questionaram se a perda de pelos nasais poderia estar relacionada a essa vulnerabilidade.
Será que o tédio em sala de aula é contagioso? Só pode, né?
Pesquisadores, incluindo Katy Tam e Cyanea Poon, ganharam o IgNobel de Educação ao estudar os efeitos do tédio nas salas de aula. Seus resultados indicam que, quando professores ficam entediados, os alunos tendem a sentir o mesmo.
Além disso, em um estudo subsequente, confirmou-se que a simples expectativa de uma aula chata pode torná-la efetivamente monótona para os estudantes. Tais descobertas destacam a relevância da motivação e o engajamento no ambiente educacional.
Vamos combinar: até que essas pesquisas fazem bastante sentido, não é mesmo?
Bom, como dizem os criadores do Prêmio IgNobel, essas amostragens científicas nos fazem rir, mas em seguida nos fazem pensar.
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