Preocupante! 6 dos 9 'limites planetários' já foram ultrapassados, segundo cientistas
Os limites da Terra foram definidos em 2009 e são monitorados até hoje. Quais riscos corremos agora?
Em 2009, cientistas da área das Ciências da Terra compilaram uma lista abrangente que ficou conhecida como “limites planetários“.
Naquela época, tal relação foi concebida para identificar e delinear eventos e fenômenos que, caso ocorressem, poderiam potencialmente tornar a Terra um local inabitável.
Recentemente, a Universidade de Copenhague uniu forças com outras instituições científicas em diferentes partes do mundo para efetuar uma análise mais aprofundada dos limites planetários estabelecidos anteriormente.
Como resultado desse esforço colaborativo, os 29 cientistas puderam notar que seis dos nove pontos críticos originalmente citados em 2009 estão agora na chamada “zona vermelha”.
Isso significa que esses seis limites, que representam momentos de inflexão nos sistemas terrestres, estão atualmente em um estado preocupante ou próximo de serem ultrapassados.
Quais fronteiras vitais estão em perigo?
As seguintes restrições estão em estado de profundo comprometimento:
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Mudanças climáticas;
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Desflorestamento;
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Perda de biodiversidade;
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Presença de produtos químicos sintéticos, incluindo plásticos;
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Esgotamento das fontes de água doce;
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Uso de nitrogênio.
Quanto às três restantes, duas delas estão à beira do limite crítico:
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Acidificação dos oceanos;
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Concentração de partículas poluentes na atmosfera.
Entre os limites planetários estabelecidos, somente a questão da depleção da camada de ozônio permanece dentro de limites seguros.
(Imagem: divulgação)
Haveria uma solução?
Diante desse cenário preocupante, há uma proposta de conceito ecológico chamada de “Apropriação Humana da Produção Primária Líquida” (HANPP, sigla em inglês).
O estudo enfatiza a importância de estabelecer limites planetários, semelhantes aos definidos no Acordo de Paris para o clima, como guias cruciais para navegar com segurança em um cenário global cada vez mais arriscado, com possíveis consequências catastróficas.
Johan Rockström, um dos criadores do conceito de “limites planetários” e coautor do estudo, destaca que é essencial transformar a ciência das fronteiras planetárias em um roteiro prático para a ação.
Isso implica não apenas abordar questões climáticas, mas também realizar esforços sistemáticos para proteger, recuperar e fortalecer a resiliência do planeta.
O estudo também oferece uma perspectiva otimista, afirmando que todos os limites críticos podem ser restaurados para níveis seguros.
Katherine Richardson, a primeira autora do artigo, enfatiza que isso pode ser alcançado por meio da restrição quantitativa de resíduos lançados no ambiente e da gestão responsável das matérias-primas, tanto vivas quanto não vivas.
Em última análise, a pesquisa destaca a necessidade de uma abordagem abrangente e sustentável para garantir a prosperidade e a equidade para todos os habitantes da Terra, enquanto nos alerta sobre os impactos do consumo excessivo na civilização.
Portanto, é crucial acompanhar os avanços na pesquisa ambiental e nas alterações climáticas para enfrentar tais desafios globais.
Nesse sentido, adotar a HANPP, uma medida quantificativa sobre a parcela da biomassa vegetal produzida por meio da fotossíntese, seria fundamental para avaliar os impactos das atividades humanas na biodiversidade.
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