Tesouros de 2 mil anos: a incrível descoberta de artefatos romanos em Londres
Descoberta em Londres desenterra artefatos romanos, revelando histórias e costumes antigos sob a metrópole moderna.
Recentemente, arqueólogos desenterraram um verdadeiro tesouro no coração da cidade: uma cama funerária completa, cinco caixões de carvalho com 2 mil anos de idade, esqueletos, e itens pessoais que oferecem um vislumbre raro na vida — e na morte — dos antigos romanos que habitaram a região
Foto: Reprodução
Este achado notável ocorreu durante escavações para a construção de um novo espaço de escritórios próximo ao Viaduto Holborn. A descoberta da primeira cama funerária completa na Grã-Bretanha capturou a atenção de especialistas e do público, sugerindo que o local era um cemitério romano (43 a 410 d.C.).
A preservação excepcional dos objetos, especialmente a cama funerária de carvalho com pés esculpidos e juntas fixadas com pequenos pinos de madeira, desafia o tempo, oferecendo uma conexão direta com o passado distante.
A cama funerária, em particular, destaca-se não apenas por sua raridade, mas também pelo que revela sobre as crenças e práticas funerárias romanas. Acredita-se que era destinada ao uso na vida após a morte, conforme evidenciado por estelas funerárias (lápides em pedra ou madeira) de todo o Império Romano, que mostram entalhes do falecido deitado em um sofá ou cama, desfrutando de um banquete eterno.
Além da cama, os arqueólogos encontraram objetos pessoais como frascos de vidro, joias de alto status com contas e âmbar e uma lâmpada decorada com a imagem de um gladiador derrotado, sugerindo a presença de indivíduos de alta posição social.
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As contas são pequenos objetos perfurados que podem ser feitos de diversos materiais, como metais preciosos, pedras semipreciosas, vidro ou cerâmica, utilizados em colares, pulseiras e outros tipos de joias.
O âmbar, uma resina fóssil de cor dourada ou alaranjada, é valorizado por sua beleza e raridade, sendo frequentemente utilizado em joalheria desde a pré-história. Esses itens, datados do início do período romano na Grã-Bretanha (48 a 80 d.C.), oferecem pistas valiosas sobre os costumes, crenças e cotidiano dos antigos romanos.
O contexto histórico dessas descobertas é enriquecido pelo conhecimento de que, durante o período romano, era comum enterrar os mortos ao longo das estradas, fora dos centros urbanos. A localização do cemitério, ao lado da importante estrada romana de Watling Street, a uma curta distância das muralhas da cidade, enfatiza a importância dos rituais funerários e do respeito pelos mortos na sociedade romana.
As escavações revelaram não apenas o passado romano, mas também indícios de ocupação subsequente do local, incluindo um cemitério do século 16 e evidências de reconstrução após o Grande Incêndio de Londres em 1666. Essas camadas de riquezas históricas de Londres, uma cidade que continua a revelar segredos de seu passado à medida que avança para o futuro.
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