Segundo a ciência, os opostos NÃO se atraem
A ciência revela que, ao contrário do ditado popular, os similares é que realmente se atraem. Entenda!
Por muitos anos, acreditamos que os opostos se atraem. A ideia de que um introvertido se apaixonaria por um extrovertido ou que o bad boy encontraria o amor com a estudante exemplar está profundamente enraizada na cultura popular.
No entanto, a ciência vem mostrando que essa crença pode estar mais errada do que nunca. De acordo com vários estudos, pessoas com interesses, temperamentos e valores similares tendem a formar relacionamentos mais estáveis e felizes.
A psicóloga clínica Ramani Durvasula, especialista em relacionamentos tóxicos, também afirma que:
“As pesquisas são bastante claras: não é verdade que os opostos se atraem”.
Diversos estudos recentes confirmam que amigos e parceiros românticos geralmente compartilham crenças, valores e hobbies.
As pessoas tendem a se sentir atraídas por aquelas que possuem características físicas e personalidades similares.
Evidências científicas: por que os iguais se atraem mais que os opostos?
Um estudo conduzido pela professora Angela Bahn, da Wellesley College, demonstrou que a semelhança entre pares foi estatisticamente significativa em 86% das variáveis medidas, incluindo atitudes sobre casamento gay, aborto, papel do governo e importância da religião.
A pesquisa de Bahn também revelou que amigos e parceiros românticos eram mais propensos a compartilharem atividades recreativas e padrões de uso de substâncias.
Outro estudo relevante, realizado pelo professor de psicologia social Donn Byrne na década de 1960, mostrou que estranhos com atitudes semelhantes eram mais bem avaliados em termos de inteligência, informação, moralidade e ajustamento.
Byrne propôs que a similaridade nas atitudes levava a uma maior atração e estima e pesquisas mais recentes corroboram esses resultados.
Um estudo de 2017 de Youyou Wu, professor de psicologia social na University College London, analisou perfis de Facebook de cerca de mil casais e 50 mil pares de amigos, encontrando fortes semelhanças nos cinco principais traços de personalidade:
-
Abertura;
-
Conscienciosidade;
-
Extroversão;
-
Amabilidade;
-
Neuroticismo.
Esses achados sugerem que as pessoas procuram parceiros e amigos que compartilham não apenas valores e interesses, mas também traços de personalidade.
Por que relacionamentos entre opostos raramente funcionam?
A ideia de que os opostos se atraem pode parecer romântica, mas, na prática, tem mais potencial para ser desastrosa.
Dr. Charles e Dr. Elizabeth Schmitz, em um estudo abrangente sobre casamentos em 50 países, descobriram que raramente entrevistaram casais bem-sucedidos, cujas crenças políticas, religiosas ou sociais fossem drasticamente diferentes.
Casais que discordam fundamentalmente em questões importantes tendem a enfrentar mais conflitos e desafios.
A influência mútua em um relacionamento é enorme. Quando os parceiros discordam em questões essenciais, como política ou religião, a probabilidade de desentendimentos constantes é alta, o que pode levar a tensões irreparáveis.
Dr. Ramani Durvasula destaca que:
“Quando há um conflito constante sobre valores fundamentais, é difícil para o relacionamento prosperar. A similaridade em valores e crenças fornece uma base sólida para a compreensão mútua e a resolução de conflitos”.
Além dos conflitos óbvios, os opostos também podem enfrentar desafios na comunicação e na tomada de decisões conjuntas.
A compatibilidade em valores e crenças é pedra fundamental para a formação e manutenção de relacionamentos duradouros e saudáveis.
Estudos indicam que as pessoas que compartilham crenças similares têm maior probabilidade de apoiar e validar as perspectivas umas das outras, o que fortalece a ligação emocional e a satisfação no relacionamento.
A influência das redes sociais e dos aplicativos de namoro modernos também tem um papel significativo na promoção da similaridade entre parceiros.
Muitos aplicativos de namoro, como Tinder e OkCupid, permitem que os usuários filtrem potenciais parceiros com base em suas preferências políticas e sociais.
Isso cria uma bolha de pessoas com visões semelhantes, reforçando a ideia de que os similares se atraem.
Como não cair na cilada de os opostos se atraem?
Dr. Charles e Dr. Elizabeth Schmitz sugerem três passos para evitar a armadilha de se envolver com alguém desastrosamente diferente; veja a seguir!
1. Conheça suas crenças fundamentais
Identifique suas crenças mais importantes, aquelas que você não está disposto a comprometer.
Relacionamentos bem-sucedidos geralmente ocorrem entre pessoas cujas visões sobre questões cruciais, como aborto, mudança climática e igualdade de direitos, são alinhadas.
2. Faça perguntas profundas logo no início
Não espere muito tempo para discutir valores e crenças fundamentais. Perguntas sobre política, religião, objetivos de vida e atitudes em relação ao relacionamento íntimo são cruciais para entender se há uma compatibilidade real.
3. Engaje-se em atividades relacionadas às suas crenças
Participar de grupos e atividades que refletem seus valores pode aumentar a chance de encontrar alguém com uma visão de mundo similar. Isso facilita a conexão com pessoas que compartilham paixões e interesses.
Embora a ideia de que os opostos se atraem possa ser popular, a ciência mostra que a semelhança é a chave para relacionamentos duradouros e felizes.
Ao buscar um parceiro, focar em valores e crenças compartilhados pode aumentar significativamente a chance de sucesso a longo prazo.
Assim, da próxima vez que ouvir que os opostos se atraem, lembre-se: na realidade, são os similares que verdadeiramente se atraem.
*Com informações de BBC e YourTango.
Comentários estão fechados.