Polêmica: pesquisa indica que 80% dos brasileiros já traíram seus parceiros
O que está por trás desse número e o que fazer para evitar esse erro ou lidar com uma traição?
Construir e solidificar um relacionamento amoroso monogâmico, comumente materializado pelo casamento, é uma das convenções sociais mais antigas na maioria das culturas.
O casamento simboliza um pacto de fidelidade, confiança e amor entre duas pessoas que se comprometem a compartilhar a vida. Para muitos, é a união definitiva, marcada por promessas de apoio mútuo e exclusividade.
No entanto, manter tal compromisso ao longo do tempo não é uma tarefa fácil. O relacionamento conjugal enfrenta diversos desafios, e entre os mais destrutivos está a infidelidade.
O inimigo mais letal do casamento
A traição é um divisor de águas que gera ressentimento, desconfiança e, em muitos casos, o término de um casamento.
Essa quebra de confiança por parte de um dos cônjuges frequentemente leva até casamentos de décadas ao fim.
O impacto emocional e psicológico de uma traição pode ser devastador, não só para o traído, mas também para o traidor, que muitas vezes se vê preso em um ciclo de culpa e arrependimento.
Uma pesquisa recente intitulada Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil revelou números alarmantes sobre a infidelidade conjugal no país.
Segundo o estudo, 8 em cada 10 brasileiros que são ou já foram casados admitiram ter traído seus parceiros em algum momento da relação.
Tais dados são impressionantes e revelam uma triste realidade sobre os relacionamentos amorosos no Brasil.
80% da população brasileira diz já ter traído – Imagem: reprodução
Por que as pessoas traem?
A pesquisa foi conduzida com base em dados consolidados sobre traições que geraram conflitos jurídicos entre casais. A partir de tal conteúdo, foram analisados os padrões e motivos por trás da infidelidade conjugal.
Segundo Izabella Melo, professora de psicologia do Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), a infidelidade pode ser motivada por três fatores principais: situacionais, relacionais e intrapsíquicos.
Traições situacionais
Os fatores situacionais estão ligados a circunstâncias pontuais que podem ocorrer tanto no dia a dia do casal quanto externamente.
Um exemplo disso pode ser o estresse no trabalho ou uma crise financeira, eventos que geram desgaste emocional e afastamento entre os parceiros.
Tais fatores, se acumulados, podem levar a uma traição como uma forma de fuga ou busca de alívio.
Traições relacionais
Os fatores relacionais, por outro lado, estão diretamente relacionados à dinâmica do casal. Falta de comunicação, desinteresse sexual e diferenças irreconciliáveis são alguns exemplos que levam um dos parceiros a buscar fora do casamento o que sente falta dentro dele.
Traições intrapsíquicas
Fatores intrapsíquicos são internos ao indivíduo e não dependem diretamente da relação ou circunstâncias.
Inseguranças pessoais, traumas passados e até mesmo a busca por validação externa podem levar uma pessoa a trair, mesmo sem que haja um problema claro na relação.
Superando uma traição e reconstruindo a relação
Superar uma traição não é fácil, mas é possível. A terapia, tanto individual quanto de casal, pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo.
O trabalho terapêutico ajuda a compreender as razões por trás da infidelidade e a reconstruir a confiança mútua.
Além disso, é importante que ambos os parceiros estejam dispostos a perdoar e a recomeçar, trabalhando juntos para fortalecer a relação.
Outras estratégias incluem a comunicação aberta sobre as necessidades e expectativas de cada um, o comprometimento em evitar situações que possam gerar novas traições, e a revalorização dos momentos bons que o casal já viveu.
Mas, claro, essas dicas acima servem apenas para quem decide prosseguir na relação depois de ser traído.
Quem opta por seguir sozinho(a) também deve preferencialmente procurar ajuda para enxergar o seu valor e revitalizar sua autoestima depois do “baque” sofrido.
Como evitar esse tipo de situação?
Para impedir uma traição, é essencial que o potencial traidor reflita profundamente sobre suas ações e motivações.
Vale deixar claro que a culpa nunca provém de quem foi traído, mas sempre de quem tomou a decisão de trair seu parceiro(a).
Então, manter uma comunicação honesta com o cônjuge, expressar insatisfações e procurar ajuda profissional antes que a situação se agrave são medidas preventivas importantes.
É crucial ainda entender que a traição raramente resolve os problemas existentes e geralmente resulta em sofrimento para ambas as partes.
A conscientização sobre as consequências de uma traição, tanto para o traidor quanto para o traído, pode ser um poderoso dissuasor.
Respeitar o compromisso assumido no casamento e buscar soluções saudáveis para os conflitos é a melhor maneira de preservar a relação e evitar os danos irreversíveis que a infidelidade pode causar.
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