Brecha de segurança no Apple Vision Pro expõe dados de usuários
A falha, considerada grave, pode comprometer senhas e mensagens.
Pesquisadores descobriram uma brecha preocupante no Apple Vision Pro, revelando falhas graves de segurança no dispositivo.
A vulnerabilidade está no rastreamento ocular dos óculos, que pode expor o que os usuários digitam, como senhas e mensagens.
Tal problema foi detalhado em uma pesquisa recente, feita através de um “ataque hacker para pesquisa”, em que os estudiosos alertaram a Apple, que prontamente lançou um patch para corrigir o problema.
O Apple Vision Pro utiliza o movimento dos olhos para facilitar a interação com o ambiente virtual, permitindo que os usuários selecionem opções e escrevam em teclados virtuais simplesmente olhando para as letras.
Tal funcionalidade, aparentemente inofensiva, foi explorada pelos pesquisadores. A equipe conseguiu identificar informações sensíveis a partir dos padrões de movimento ocular dos usuários.
Esse tipo de ataque, apelidado de GAZEploit, permite a reconstrução de textos e senhas com precisão preocupante e pode ser praticado por cibercriminosos para roubo de informações sensíveis e usuários.
Apple Vision Pro foi lançado em fevereiro deste ano nos Estados Unidos – Imagem: reprodução
Mais detalhes sobre a tal brecha no Apple Vision Pro
O ataque orquestrado pelos pesquisadores explora os dados capturados pelo rastreamento ocular do Apple Vision Pro.
Ao analisar o movimento dos olhos enquanto os usuários utilizam o teclado virtual do dispositivo, os invasores podem reconstruir o que está sendo digitado. Por exemplo:
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O usuário olha para uma letra no teclado;
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O rastreamento ocular captura essa informação;
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O sistema interpreta os movimentos oculares como cliques, permitindo a digitação.
Com o uso dessa brecha, os hackers puderam prever senhas em até 77% das vezes após cinco tentativas e até 92% das mensagens digitadas.
No vídeo a seguir, um dos pesquisadores (representado por um avatar virtual) demonstra como funciona o GAZEploit:
O que a Apple está fazendo a respeito?
Após ser alertada sobre a vulnerabilidade em abril de 2024, a Apple reagiu rapidamente, lançando uma atualização de segurança no final de julho.
O patch resultante da medida visava corrigir a brecha, evitando que os movimentos oculares pudessem ser explorados em chamadas de vídeo.
As implicações do “ataque do bem” feito pelos pesquisadores chamam atenção para o uso crescente de dados biométricos, como o rastreamento ocular, e os riscos à privacidade.
É essencial que os usuários se mantenham atentos a atualizações e práticas de segurança, especialmente ao lidar com novas tecnologias, como os óculos de realidade aumentada.
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