Vivem juntos, mas separados: entenda a dinâmica dos casais LAT

Por opção, alguns casais vivem separados enquanto mantêm uma relação íntima, desafiando normas tradicionais.

Em um mundo onde as formas de amar e se relacionar estão em constante evolução, um novo modelo de relacionamento tem ganhado destaque: os casais LAT, acrônimo para ‘Living Apart Together’, ou, em português, ‘vivendo separados juntos’.

Esse tipo de relação é caracterizado por casais que, embora mantenham um compromisso romântico, escolhem não morar sob o mesmo teto.

Tal dinâmica pode parecer contraintuitiva para alguns, especialmente em uma sociedade que tradicionalmente valoriza o conceito de coabitação como uma prova de comprometimento.

No entanto, para muitos, o modelo LAT oferece uma maneira de preservar a individualidade e evitar os desgastes que podem surgir da convivência diária.

Dinâmica dos casais LAT

Os casais LAT podem ser encontrados em diversas faixas etárias, mas há uma predominância entre adultos jovens e também em pessoas mais velhas, que já passaram por casamentos anteriores ou têm filhos.

A decisão de viver separado, mas juntos, pode ser motivada por diversos fatores. Para alguns, é uma questão de manter a autonomia e o espaço pessoal; para outros, é uma estratégia para manter a relação mais leve, sem as pressões diárias da vida compartilhada.

Segundo especialistas, como Sherris Sims Allen, consultora de relacionamentos, esse modelo é uma forma eficaz de evitar conflitos que surgem com a rotina.

Ela aponta que muitos casais buscam maneiras de se conectar que não comprometam seus estilos de vida individuais, especialmente em uma sociedade onde a independência pessoal é cada vez mais valorizada.

Por que escolher viver separados?

As razões para optar pelo LAT variam. Alguns casais simplesmente nunca consideraram a ideia de viver juntos; outros preferem manter suas residências separadas para evitar atritos que a coabitação pode trazer.

Há ainda aqueles que valorizam a liberdade de ter o próprio espaço, o que inclui desde a decoração até o simples fato de poder usufruir de momentos de solitude sem a presença constante do parceiro.

Uma pesquisa realizada pela Statistics Canada revelou que os casais que vivem nesse modelo tendem a ter relacionamentos mais curtos, geralmente com menos de três anos de duração.

No entanto, para os casais que ultrapassam essa marca, o LAT pode proporcionar uma relação mais equilibrada e satisfatória.

Os desafios do modelo LAT

Embora viver em casas separadas possa parecer ideal para muitos, tal escolha não está isenta de desafios.

Um dos principais obstáculos é a percepção social: ainda existe um estigma associado à ideia de que um casal de verdade deve compartilhar o mesmo teto.

Além disso, a logística de manter duas residências pode ser financeiramente inviável para muitos.

Outro ponto é a questão da intimidade. Estar fisicamente separado do parceiro pode, em alguns casos, dificultar a conexão emocional e sexual.

Casais LAT precisam de uma comunicação forte e clara para garantir que a distância física não se transforme em distância emocional.

*Com informações de The Guardian e O tempo.

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