Projeto de lei prevê corte do Bolsa Família de quem apostar no ‘jogo do tigrinho’

De acordo com o autor do PL, a medida visa desestimular a jogatina.

O aumento do número de apostadores no famigerado “jogo do tigrinho” tem gerado preocupações tanto no governo quanto no Congresso. Inclusive, surgiu o questionamento sobre se apostadores que também são beneficiários de programas como o Bolsa Família podem perder o benefício por causa da prática.

Embora ainda não existam proibições diretas por parte do governo federal, estudos estão em andamento para limitar o uso do dinheiro de auxílios financeiros em jogos de azar. A questão é complexa e envolve a análise de diferentes impactos econômicos e sociais.

Regulamentações a caminho

O governo federal, representado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, está analisando formas de controlar o uso dos recursos do Bolsa Família em apostas virtuais.

Recentemente, Haddad destacou a necessidade de limitar esses gastos para evitar o vício em jogos de azar entre famílias vulneráveis.

Usar dinheiro de benefícios sociais em apostas poderá ser proibido em breve – Imagem: reprodução

Segundo Haddad, a ideia não é proibir completamente que beneficiários façam apostas ocasionais, mas garantir que o benefício seja utilizado para suprir necessidades básicas, como alimentação e moradia. Ele ressaltou a importância de definir limites para o uso do dinheiro.

Por outro lado, o deputado federal Tião Medeiros (PP-PR) apresentou, já agora no final de setembro, um Projeto de Lei que pode cancelar o Bolsa Família e outros benefícios sociais caso fique comprovado que o dinheiro está sendo usado em apostas online.

A iniciativa do deputado foi uma resposta a um relatório do Banco Central. Segundo o relatório, em agosto de 2024, beneficiários do Bolsa Família transferiram cerca de R$ 3 bilhões para empresas de apostas.

Aproximadamente 70% dos apostadores eram responsáveis por receber o benefício, e cada um gastou, em média, R$ 100 em plataformas como a do Tigrinho.

Um grande problema para os mais pobres

As apostas online têm um impacto significativo nas finanças das famílias mais vulneráveis. O relatório do Banco Central indicou que cerca de 5 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social apostam em plataformas de jogos virtuais, muitos dos quais dependem do Bolsa Família para sobreviver.

Essas atividades prejudicam essas famílias ao desviar o dinheiro que deveria ser destinado a necessidades básicas. Por esse motivo, a criação de políticas de controle parece indispensável.

A promessa de enriquecimento fácil oferecida por essas plataformas é especialmente atraente para quem enfrenta dificuldades financeiras, agravando ainda mais sua situação.

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