EaD dispara e números se aproximam do ensino presencial no Brasil

Já não é de hoje que a modalidade de ensino a distância (EaD) tem se destacado no âmbito da educação superior brasileira. De acordo com o Censo de Educação Superior de 2023, divulgado recentemente pelo Ministério da Educação, o número de matrículas em cursos EaD quase igualou o dos cursos presenciais.

Para se ter uma ideia, de um total de 9,9 milhões de matrículas registradas, cerca de 4,9 milhões correspondem a cursos a distância. Esse número impressionante representa 49% de todas as matrículas no ensino superior do país. A tendência, segundo especialistas, é que essa modalidade ultrapasse o ensino presencial em breve.

Por trás desse crescimento, há fatores significativos que impulsionaram a adesão ao EaD. O aumento expressivo no número de cursos oferecidos, que cresceu 232% entre 2018 e 2023, é um deles.

Além disso, a pandemia de Covid-19 em 2020 foi um catalisador importante para a mudança na forma como muitos estudantes escolhem aprender.

EaD no Brasil: projeções para o futuro

Formações à distância estão cada vez mais em alta – Imagem: reprodução

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) projeta que, ainda em 2024, o número de alunos em cursos EaD finalmente superará o de matriculados em cursos presenciais. Atualmente, a diferença entre as modalidades é de apenas 150.220 matrículas.

Nesse contexto, as instituições privadas têm desempenhado um papel crucial no crescimento do EaD. Elas respondem por 79,3% das matrículas dessa modalidade. Entre 2022 e 2023, o crescimento na rede particular foi de 7,3%, enquanto na rede pública houve uma leve queda de 0,4%.

Celso Niskier, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), destaca que a educação a distância democratiza o acesso ao ensino superior no Brasil. Entretanto, ele ressalta que é necessário investir na qualidade desses cursos para garantir uma formação adequada.

A expectativa é que o EaD continue expandindo ainda mais em 2025, afirmando-se, de fato, como a principal modalidade de aplicação de cursos de ensino superior.

Resta às instituições de ensino investir em cursos EaD de qualidade, aproveitando assim os novos tempos em que a tecnologia e a flexibilidade ganham espaço na formação acadêmica.