No Brasil, professores ganham a metade do que deveriam, segundo OCDE
Em estudo publicado recentemente, a entidade aponta a necessidade de reformas na educação brasileira em relação aos países desenvolvidos.
No último dia 10 de setembro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou mais uma versão do seu estudo Education at a Glance. Entre outras coisas, o relatório destacou uma preocupante disparidade nos salários dos professores brasileiros em comparação com seus pares em países mais ricos.
Segundo a OCDE, o salário de um professor do ensino fundamental II no Brasil equivale à metade da média observada em países economicamente desenvolvidos. Essa revelação sublinha uma evidente necessidade de mudança no sistema educacional brasileiro.
Como sabemos, a melhoria nas condições de trabalho e remuneração dos educadores é essencial para assegurar uma educação de qualidade. Nesse sentido, o estudo da OCDE reitera a urgência de reformar o setor educacional no Brasil para corrigir essa desigualdade.
Imagem: reprodução
Diferença em relação aos países da OCDE
O salário médio anual dos professores brasileiros é de aproximadamente US$ 23.018, o que representa cerca de R$ 128 mil na cotação atual. Em contraste, a média dos países membros da OCDE é de US$ 43.058 ou R$ 237 mil, evidenciando uma diferença de 47%.
A desigualdade salarial também é aparente na América Latina. No Chile, por exemplo, o salário anual dos professores alcança US$ 29.453,39, enquanto no México chega a US$ 33.062,45. Isso demonstra que a questão salarial no Brasil não se limita apenas à comparação com países desenvolvidos.
Impactos da discrepância salarial
O estudo da OCDE sugere que professores bem remunerados impactam positivamente o desempenho acadêmico, especialmente dos alunos vulneráveis. Além disso, a alta proporção de alunos por professor no Brasil pode afetar negativamente a atenção individual dada a cada estudante.
Além disso, a baixa remuneração pode dificultar a atração e retenção de novos talentos na carreira docente. Sem incentivos financeiros adequados, a rotatividade de professores experientes aumenta, prejudicando a continuidade e a qualidade do ensino.
Reflexões e caminhos para o futuro
As conclusões do relatório Education at a Glance 2024 evidenciam uma realidade desafiadora para o Brasil. A diferença salarial e as condições de trabalho dos professores têm impacto direto na qualidade da educação oferecida. Por isso, reformas são necessárias para valorizar a profissão docente e garantir um futuro educacional sólido.
Em paralelo, reconhecer a importância da educação e investir nos profissionais da área é uma estratégia vital para assegurar um ensino eficaz. A abordagem não deve ser apenas uma questão de equidade, mas um compromisso com o futuro das novas gerações.
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