Com população envelhecendo, Japão inova com profissões só para idosos
Japão enfrenta crise demográfica e, por isso, precisa inovar para manter idosos no mercado de trabalho.
O Japão está enfrentando uma crise demográfica sem precedentes, impulsionada pelo rápido envelhecimento da população e uma baixa taxa de natalidade, o que ameaça tanto a economia quanto o funcionamento da sociedade.
Empresas e o governo têm buscado novas maneiras de manter os idosos no mercado de trabalho por mais tempo e criar novas profissões adaptadas a essa faixa etária.
Escassez de mão de obra: impacto em empresas
Embora o governo tenha comprometido 3,5 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 23,9 milhões) em medidas para aumentar a taxa de natalidade e estimular a economia, esses esforços ainda não foram suficientes para suprir a falta de trabalhadores que o país enfrenta.
Empresas de vários setores estão sendo desafiadas a encontrar novas formas de manter suas operações em funcionamento, sendo o cuidado com idosos um dos setores mais impactados.
A idade média dos cuidadores no Japão é de 50 anos, cerca de sete anos superior à média de outros setores. Esse envelhecimento da força de trabalho reflete diretamente na crescente falta de profissionais no setor.
Segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, a previsão é de que a escassez de mão de obra nesse segmento triplique até 2040, alcançando 690 mil vagas abertas.
Diante desse cenário preocupante, surgem inovações para mitigar o problema. Uma delas é o site de empregos Sketter, criado para preencher postos de trabalho não essenciais em lares de idosos, como cozinhar e limpar, com voluntários remunerados.
Ao delegar essas funções a voluntários, os cuidadores profissionais podem se concentrar em tarefas mais complexas e essenciais no cuidado direto aos idosos.
Profissões além da aposentadoria no Japão
O governo japonês também está adotando medidas para prolongar a idade de aposentadoria em certas profissões, como a dos motoristas de táxi. Atualmente, a idade de aposentadoria é de 75 anos, mas o governo está considerando aumentar esse limite para 80 anos.
Esse movimento é especialmente importante nas áreas rurais, onde o transporte público tem sido reduzido drasticamente, e os táxis são muitas vezes a única opção de deslocamento para os idosos, que dependem desse serviço para compromissos médicos e compras essenciais.
No entanto, aumentar a idade de aposentadoria não é a única solução. As zonas rurais também enfrentam dificuldades em atrair motoristas. Governos locais estão estudando maneiras de incentivar os motoristas a trabalhar em áreas remotas, onde a remuneração costuma ser menor do que nas áreas urbanas.
Além disso, as empresas de táxi estão buscando alternativas para lidar com a escassez de motoristas, como contratar profissionais mais jovens e oferecer horários de trabalho mais flexíveis.
O Ministério dos Transportes também está trabalhando em políticas para permitir que táxis operem em cidades menores, eliminando a restrição que atualmente limita o licenciamento a cidades com mais de 300 mil habitantes.
*Com informações de Bloomberg.
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