Nascem mais meninos no Brasil, mas população feminina é maior. Por quê?

Estudos revelam porque nascem mais meninos, mas mulheres acabam superando homens em número ao longo da vida.

Com base no Censo de 2022 do IBGE, observa-se uma predominância inicial de nascimentos masculinos no Brasil. No entanto, ao longo dos anos, a população feminina ultrapassa a masculina. Esse fenômeno levanta uma questão intrigante: por que a inversão acontece?

Embora não haja uma resposta definitiva sobre o motivo de nascerem mais meninos, a ciência sugere algumas explicações. Entre as especulações está a possibilidade de os fetos masculinos apresentarem maior resistência durante a gestação. Ainda assim, ao longo dos anos, os homens são mais suscetíveis a mortes prematuras devido a fatores externos.

Surge, então, uma transformação demográfica. Essa transição de gênero, que é observada em várias partes do mundo, parece ser uma característica estável e persistente. Vamos explorar os fatores biológicos e sociais que contribuem para essa dinâmica.

Fatores biológicos na gravidez

Imagem: reprodução

Pesquisadores de Harvard e Oxford colaboraram em uma investigação abrangente envolvendo 140 mil embriões e 30 milhões de registros de nascimentos e abortos.

Os dados indicam uma maior mortalidade fetal entre bebês do sexo feminino, sugerindo uma razão para o maior número de nascimentos masculinos.

Em 2021, no Brasil, nasceram aproximadamente 5% mais homens do que mulheres. Esses dados reforçam a observação de que, embora a concepção de meninos e meninas aconteça em proporções iguais, a gestação parece favorecer a sobrevivência masculina.

O papel de fatores externos

Apesar do início favorável para os homens, fatores como acidentes, violência e comportamentos de risco, incluindo tabagismo e consumo excessivo de álcool, contribuem para uma maior taxa de mortalidade masculina ao longo da vida. Entre 20 e 24 anos, por exemplo, as chances de morte masculina são 11 vezes superiores às femininas.

No Brasil, conforme o IBGE, até os 24 anos, há ligeira predominância masculina. Porém, a partir dessa idade, as mulheres tornam-se maioria. Em números, são 1.537.488 homens comparados a 1.546.442 mulheres nesta faixa etária.

A diferença inicial no nascimento, favorecendo meninos, contrasta com a realidade demográfica de longo prazo. A longevidade feminina, aliada aos riscos enfrentados pelos homens, explica a inversão populacional.

De qualquer forma, o estudo contínuo dessa dinâmica é essencial para compreender melhor as questões de gênero no contexto social e biológico.

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