Em que momento da vida o ser humano é mais INFELIZ? Ciência responde

Pesquisas indicam que a felicidade oscila ao longo da vida, mas os jovens atuais têm enfrentado desafios crescentes.

A busca pela felicidade é uma constante na vida de muitos, e, embora saibamos que se trata de um estado passageiro, a ciência investiga os momentos em que somos mais ou menos felizes e identifica padrões intrigantes.

Andrew Oswald e David Blanchflower, economistas e autores do estudo ‘Terá o bem-estar a forma de U no ciclo da vida?’, feito com dois milhões de voluntários, exploraram a relação entre idade e felicidade e observaram que uma etapa da vida é mais marcada por aumentos significativos de preocupações e medos.

Economistas avaliaram diferentes nações e concluíram que, tanto em países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, a faixa etária da infelicidade é próxima- Imagem: reprodução

Quais os anos de maior infelicidade do ser humano?

O estudo dos economistas Andrew Oswald e David Blanchflower sugere que a meia-idade, situada entre 40 e 50 anos, costuma apresentar maior nível de insatisfação com a vida.

Conhecido como a crise da meia-idade, tal período coincide com um ápice de infelicidade: 47,2 anos em países desenvolvidos, e 42,8 anos em países em desenvolvimento, apontando para essa tendência como algo universal no globo.

A pesquisa analisou pessoas de todos os continentes em 72 países, de diferentes gêneros e faixas etárias, e obteve um padrão de felicidade em forma de U, ou seja: a satisfação com a vida costuma estar mais alta nos anos iniciais e finais da vida, com uma baixa maior durante a meia-idade.

Curva da felicidade ao longo da vida

O conceito da curva da felicidade, popularizado por Jonathan Rauch em sua obra ‘The Happiness Curve: Why Life Gets Better After Midlife’ (em português: ‘A curva da felicidade: por que a vida melhora depois da meia-idade’), argumenta que os seres humanos passam por oscilações de satisfação existencial conforme a idade.

À medida que envelhecemos, os cérebros se tornam menos suscetíveis ao estresse e arrependimentos, o que proporciona uma perspectiva mais positiva.

Independentemente de fatores como sexo, estado civil ou situação econômica, o cérebro costuma valorizar aspectos positivos após os 50 anos, e isso garante mais bem-estar durante a vida a partir dessa idade.

Satisfação com a vida entre as gerações

Embora a infância e a idade adulta sejam vistas como períodos de grande felicidade, um estudo da Universidade de Michigan indica que adolescentes estão cada vez mais infelizes. Desde 2012, uma queda na satisfação existencial dos jovens foi observada.

O Relatório de Felicidade 2024 corrobora essa tendência, apontando que a pandemia intensificou a insatisfação entre pessoas de 15 a 24 anos.

Surpreendentemente, o pessoal da geração baby boomer, nascidos entre 1946 e 1964, tende a ser mais feliz, quando comparado aos millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e à geração Z (nascidos entre 1997 e 2012).

Fatores que afetam a felicidade dos jovens

Dificuldades financeiras, moradia e redes sociais são aspectos que contribuem para a infelicidade de pessoas mais jovens, de acordo com Jan-Emmanuel De Neve, professor de economia da Universidade de Oxford.

Já John F. Helliwell, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e um dos pesquisadores do Relatório de Felicidade 2024, destaca variações na satisfação entre diferentes países, conforme a idade.

“As classificações globais de felicidade são bastante diferentes para pessoas mais jovens e mais velhas, em um grau que mudou muito nos últimos 12 anos”, esclarece o pesquisador.

No entanto, a compreensão dessas dinâmicas pode abrir caminho para intervenções e políticas que promovam bem-estar em todas as idades, incentivando uma visão mais otimista para o futuro.

*Com informações do portal Minha Vida.

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