Reforma do ensino médio no Brasil entra em vigor a partir de 2025
Em 2025, o Brasil inicia uma reforma educativa no ensino médio com aumento de carga horária.
O Brasil se prepara para uma transformação significativa em seu sistema educacional a partir de 2025. A nova Política Nacional de Ensino Médio busca enfrentar os desafios da educação, especialmente o alto índice de evasão, com taxa preocupante de 5,9% nessa etapa.
Com um total de 7,7 milhões de estudantes matriculados no ensino médio, a reforma educacional visa não apenas aumentar o interesse dos alunos, mas também proporcionar uma formação mais abrangente e diversificada.
A implementação ocorrerá de forma gradual, iniciando em 2025 para alunos da primeira série e expandindo até a terceira série em 2027. As alterações também incluem mudanças significativas na carga horária e no currículo.
Novas diretrizes do ensino médio visam diminuir a evasão escolar nessa etapa acadêmica – Imagem: reprodução
Principais mudanças no currículo
Carga horária ampliada e disciplinas obrigatórias
A carga horária do ensino médio será aumentada para um mínimo de três mil horas ao longo dos três anos.
Dessas, 2.400 horas serão dedicadas a disciplinas tradicionais, como Língua Portuguesa e Matemática, enquanto as restantes 600 horas serão para itinerários formativos escolhidos pelos alunos.
Um dos destaques da reforma é a inclusão de novas disciplinas obrigatórias em todos os anos, como Inglês, Artes e Educação Física, além das já tradicionais.
A Língua Inglesa será obrigatória, mas outros idiomas podem ser inclusos, de preferência o Espanhol. Além disso, o ensino médio será exclusivamente presencial, não contemplando a modalidade a distância.
Ensino técnico e possibilidades para instituições
O ensino técnico será enfatizado, com uma carga horária mínima de 900 horas para formação profissional.
Na rede pública, ao menos dois itinerários formativos precisarão ser oferecidos, enquanto escolas particulares terão autonomia para decidir os seus currículos.
Controvérsias no Enem e vetos
Apesar das mudanças, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) permanecerá no formato atual. Alterações propostas para inserir conteúdos flexíveis foram vetadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando a necessidade de manter a igualdade nas avaliações.
Especialistas, como o professor Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), defendem que o exame deve focar na formação geral básica, evitando desigualdades no acesso ao ensino superior.
A decisão de vetar as alterações levanta dúvidas sobre a motivação das escolas em integrar os itinerários formativos no currículo, como apontado por alguns pesquisadores, como a socióloga Maria Helena de Castro.
A nova política busca um equilíbrio entre inovação e conservação dos valores educacionais básicos. A expectativa é que a reforma reduza a evasão e ofereça um ensino médio mais alinhado às necessidades dos jovens.
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