Polêmica: sensor de diabetes apita e jovem é eliminado do Enem

A doença não aparece na lista de necessidades especiais do Enem, portanto o bip de monitores como o do jovem pode ser considerado uma infração.

Na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada em 3 de dezembro, um adolescente de 17 anos enfrentou uma situação inesperada. Durante a prova, o sensor que ele utilizava para monitorar seu quadro de diabetes disparou um alarme, levando à sua eliminação do exame.

De acordo com o edital do Enem, qualquer aparelho eletrônico que emita som, mesmo que lacrado, resulta na desclassificação do candidato caso seja acionado.

O documento oficial orienta que candidatos que dependem de dispositivos eletrônicos por motivos de saúde devem informar durante a inscrição e solicitar atendimento especializado.

Contudo, a diabetes não consta como uma condição que garante esse direito. Essa ausência na lista de condições elegíveis gerou um impasse para o jovem e sua família.

Rudnei Noro, pai do jovem, relatou que a condição de saúde foi informada ao Inep no ato da inscrição. No entanto, sem a classificação da diabetes tipo 1 entre as doenças com direito a atendimento especial, o estudante participou do exame em condições normais.

Requisitos para atendimento especializado

No âmbito do Inep, há uma série de condições de saúde que garantem o direito ao atendimento especializado durante o Enem. Entre elas estão:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Baixa visão
  • Cegueira
  • Deficiência auditiva
  • Deficiência física
  • Deficiência intelectual
  • Déficit de atenção
  • Discalculia
  • Dislexia
  • Estudante em classe hospitalar
  • Gestante
  • Candidato idoso
  • Lactante
  • Surdez
  • Surdocegueira
  • Visão monocular
  • Outra condição específica

Procedimentos e auxílios oferecidos

Os participantes que alegarem necessidade de atendimento especializado devem submeter laudos médicos para comprovar suas necessidades. Entre os serviços disponíveis estão: tradutor-intérprete de Libras, provas em formatos ampliados e tempo extra de até duas horas, entre outros.

Apesar dos diversos auxílios disponíveis, a exclusão da diabetes da lista de doenças que garantem atendimento especializado levanta questões sobre a inclusão de outras condições igualmente críticas.

O caso do jovem prejudicado no exame acende o debate sobre a necessidade de revisão das regras e o reconhecimento de condições ainda não contempladas.

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