Estresse no trabalho: estudo aponta profissões mais desgastantes

O estresse tem se mostrado um companheiro constante no ambiente de trabalho, afetando diretamente a saúde mental de muitos profissionais ao redor do mundo.

Esse fenômeno ocorre como resposta a estímulos que exigem respostas físicas e mentais. Embora o problema seja universal, alguns países enfrentam desafios únicos.

Nos Estados Unidos, o site Career Cast divulgou uma lista das profissões mais estressantes, baseada em critérios específicos do mercado norte-americano.

Entretanto, é possível perceber semelhanças com o mercado brasileiro, onde as exigências de determinadas ocupações são igualmente desafiadoras. Profissões que exigem porte de arma ou envolvem responsabilidades críticas, por exemplo, são frequentemente citadas.

No Brasil, a Pesquisa Stress no Brasil, conduzida pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress, revela que os brasileiros estão entre os mais estressados do mundo. Sob a direção da Dra. Marilda Novaes Lipp, o estudo destaca não só os níveis alarmantes de estresse, mas também as consequências para a saúde mental.

Profissionais brasileiros e o fardo do estresse

Um número significativo de brasileiros, cerca de 34,26%, relatou viver em um estado de estresse extremo, colocando o país em uma posição preocupante quando comparado aos Estados Unidos, onde apenas 20% dos indivíduos afirmaram o mesmo. Essa diferença ilustra a intensidade da pressão enfrentada pelos trabalhadores no Brasil.

A pesquisa também indicou que 4,02% dos brasileiros experimentam o nível máximo de estresse, uma situação cada vez mais comum. Em contraste, a maioria acredita que um nível moderado de estresse deveria ficar entre 5 e 6 na escala de 10 pontos. No entanto, para 33% dos participantes, o estresse enfrentado no dia a dia é considerado excessivo.

Doenças psicológicas: uma realidade preocupante

Os efeitos colaterais do estresse na população brasileira são evidentes. Entre os 1.100 entrevistados, 52,28% receberam diagnósticos de estresse, sendo que muitos também relataram ansiedade, depressão e pânico. Tais condições afetam quase 56%, 23,20% e 10,37% dos participantes, respectivamente.

Além dos problemas psicológicos, doenças psicossomáticas como gastrite (32,64%) e problemas respiratórios (20,45%) também afetam muitos brasileiros. Esses dados destacam a importância de abordar o estresse como uma questão de saúde pública.

Quais são as profissões mais estressantes do momento?

O levantamento do Career Cast destaca algumas das profissões mais estressantes, considerando aspectos como responsabilidades e condições de trabalho. A seguir, está o top 10 de funções que exigem altos níveis de resistência ao estresse:

• Militar alistado – Pontuação: 84,72, Salário: R$ 4.800
• General militar – Pontuação: 65,54, Salário: R$ 40.000
• Bombeiro – Pontuação: 60,45, Salário: R$ 8.800
• Piloto de companhia aérea – Pontuação: 60,28, Salário: R$ 22.000
• Coordenador de eventos – Pontuação: 49,93, Salário: R$ 8.800
• Executivo de relações públicas – Pontuação: 48,52, Salário: R$ 10.000
• Executivo corporativo (sênior) – Pontuação: 47,46, Salário: R$ 32.000
• Repórter (jornal) – Pontuação: 46,75, Salário: R$ 6.800
• Policial – Pontuação: 46,66, Salário: R$ 10.000
• Taxista – Pontuação: 46,18, Salário: R$ 4.500

Além da pesquisa mencionada, outros estudos recentes, como um conduzido pela renomada Universidade de Harvard, também incluem controladores de voo, técnicos de farmácia e engenheiros de projetos entre as profissões suscetíveis ao estresse.

A pesquisa aponta que professores primários, assistentes administrativos e alguns outros profissionais enfrentam desafios semelhantes, especialmente em ambientes sem estabilidade.

O estresse no ambiente de trabalho é um problema crescente em várias partes do mundo. Com repercussões diretas na saúde mental e física, é essencial que empregadores e trabalhadores estejam conscientes e busquem soluções eficazes para lidar com essa questão.

Estratégias de redução de estresse e ambientes de trabalho mais saudáveis são fundamentais para o bem-estar dos profissionais. Bem como, a garantia de salários justos e um ambiente de trabalho confortável também pode ajudar muito.