Preços fora de controle? Veja o que ficará inacessível para a classe média em 5 anos
Renda em declínio e preços em ascensão ameaçam o acesso da classe média brasileira a bens e serviços essenciais nos próximos cinco anos.
A classe média do Brasil tem vivenciado uma redução significativa em sua renda nos últimos tempos. Este fenômeno, conforme apontado pela Fundação Getúlio Vargas, é baseado nas declarações do Imposto de Renda desses cidadãos.
A combinação de salários estagnados e aumento generalizado dos preços tem pressionado as famílias. O custo de vida tem crescido rapidamente, enquanto os reajustes salariais mal acompanham a inflação.
Dessa forma, muitos itens que antes eram acessíveis à classe média começam a ficar fora do alcance. Nesse cenário, prever quais produtos e serviços se tornarão inviáveis nos próximos cinco anos é um desafio complexo.
4 coisas que deixarão de ser acessíveis para a classe média
Se a tendência de redução na renda e aumento da inflação se mantiver nos próximos anos, aqueles que possuem um padrão de vida e consumo razoável terão que dizer adeus a algumas coisas às quais estão acostumados. Confira alguns exemplos a seguir.
1. Habitação e educação ameaçadas pela inflação
Viver em bairros valorizados tem se tornado um desafio para a classe média, sobretudo em grandes capitais.
A especulação imobiliária e a urbanização elevam os preços dos imóveis, forçando algumas famílias a buscar moradia em áreas mais afastadas. A Fundação Getúlio Vargas alerta para um cenário de preços crescentes nas regiões mais nobres.
Além disso, a educação de qualidade é outro setor sob pressão. Segundo o INEP, as mensalidades das instituições de ensino superior têm superado a inflação devido a investimentos em tecnologia e infraestrutura, o que pode limitar o acesso das famílias de classe média à educação superior nos próximos anos.
2. Custos crescentes com saúde e transporte
Os gastos com saúde também estão em ascensão. O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar observa que os custos médicos têm aumentado acima da inflação, e o envelhecimento populacional e o encarecimento de medicamentos são fatores que contribuem para essa tendência.
O transporte, ainda dependente de combustíveis fósseis, enfrenta volatilidade nos preços do petróleo.
A transição para veículos elétricos, que ainda é incipiente, não deve aliviar os custos no curto prazo, conforme indicam a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o Ministério de Minas e Energia.
3. Alimentos, energia e seguros em alta
Os preços dos alimentos sofrem impactos de eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) destaca que tais eventos têm prejudicado a produção agrícola, pressionando os preços para cima.
A energia elétrica, por sua vez, também está em alta devido à dependência de hidrelétricas e ao uso crescente de termelétricas.
Já os seguros, impactados por eventos climáticos e pela instabilidade econômica, têm visto seus prêmios aumentarem anualmente. A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) observa que essa tendência pode se intensificar, levando muitas pessoas a reconsiderar a continuidade dos seguros.
4. Tecnologia: desafio para o bolso
A indústria tecnológica brasileira enfrenta um aumento nos preços devido ao custo de importação de componentes e à valorização do dólar.
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) alerta que o mercado pode se manter caro, tornando gadgets e dispositivos eletrônicos menos acessíveis à classe média.
Portanto, a combinação de renda decrescente e custos crescentes impõe um cenário desafiador para a classe média brasileira. Nos próximos cinco anos, a acessibilidade a itens essenciais como moradia, educação, saúde e tecnologia pode ser significativamente comprometida.
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