Pagar para ter um cahorro? Imposto sobre animais gera debate intenso
Na Alemanha, possuir um cãozinho implica em custo adicional devido a um imposto que varia conforme a raça e o número de animais.
Na Alemanha, além dos gastos comuns com a criação de um cachorro, os donos enfrentam um compromisso financeiro adicional: o imposto canino. Raças consideradas perigosas são mais onerosas para os proprietários, e o valor varia dependendo da cidade.
Na capital, Berlim, a taxa anual por animal é de aproximadamente 120 euros, ou R$ 740 na cotação atual. Se o dono tiver mais de um cão, esse custo aumenta.
Em Hamburgo, por exemplo, enquanto a taxa básica é de 90 euros, os donos de cães de raças como bull terrier pagam até 600 euros. Esse sistema de tributação impacta significativamente os bolsos dos alemães.
Com uma população de cerca de 10 milhões de cães, a Alemanha arrecadou cerca de 421 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões) em impostos sobre cães somente em 2023. Esse montante possibilita uma série de serviços e controle rigoroso sobre a posse de animais.
A lógica por trás da tributação
A principal justificativa do governo para a taxação é a saúde pública, já que a receita obtida ajuda a manter um controle rigoroso sobre os cães e seus proprietários. No país, diferentemente do Brasil, o termo utilizado é “dono” e não “tutor”.
Todo cachorro em Berlim precisa ser registrado com um chip, um processo que custa 17,50 euros. Esse sistema contribui para a identificação e responsabilização dos donos em qualquer situação, além de minimizar o problema de cães abandonados.
Os proprietários que não registrarem seus cães podem enfrentar multas significativas, que chegam a 10 mil euros. Além disso, a fiscalização abrange até mesmo a higiene das vias públicas, e deixar de recolher as fezes do animal pode resultar em multas de até 250 euros.
Impactos culturais e sociais
A cultura alemã também se reflete nas rígidas regras para o manejo dos cães, e um exemplo disso é que andar com o cachorro sem guia só é permitido após um treinamento específico. Em alguns casos, cidades oferecem descontos no imposto para aqueles que completam esse curso.
Curiosamente, gatos não são tributados na Alemanha, o que destaca a particularidade dos regulamentos em relação aos cães. Em Berlim, os cães são presença comum em locais públicos como shoppings e restaurantes, onde costumam ser bem-vindos.
Essas medidas demonstram como o imposto sobre cães criado pelos alemães vai além da mera arrecadação, fazendo parte da vida cotidiana e mantendo uma organização social em torno da posse de animais.
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