Quando estudamos genética é comum acharmos que toda característica é determinada por um único gene.
No entanto, o que acontece na verdade é que muitas características são expressas por um conjunto de genes.
O que é interação gênica?
Quando o fenótipo de uma determinada característica é condicionado pela ação de dois ou mais pares de genes conjuntamente, dizemos que houve uma interação gênica.
Não é necessário que os genes estejam no mesmo cromossomo, e o fenótipo expresso pela ação conjunta deles é diferente do produzido pelos mesmos genes individualmente.
Por haver mais de um gene envolvido na determinação da característica, as proporções do cruzamento geralmente fogem das proporções mendelianas de 9:3:3:1. Podemos classificar as interações gênicas em epistáticas e não epistáticas.
Interações gênicas epistáticas
Na interação epistática, genes de um par de alelos inibem a manifestação de genes de outros pares, ou seja, a epistasia acontece em genes não alelos.
Os genes inibidores são chamados de epistáticos e os genes inibidos de hipostáticos.
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Epistasia recessiva
A cor do pelo de camundongos é influenciada por muitos genes. No gene A, o alelo dominante A fornece padrão aguti, uma tonalidade de marrom. Já o alelo recessivo a forma pelagem completamente preta.
Quando o gene não-alelo C está presente, condiciona a formação de pigmentos, em dose dupla o alelo c é epistático sobre A e a, e inibi a formação de qualquer pigmento, resultando em pelagem albina.
Se dois indivíduos puros forem cruzados, a geração F2 terá a proporção fenotípica clássica para a epistasia recessiva 9:3:4.
Epistasia dominante
A epistasia dominante ocorre quando um gene dominante impede o efeito de outro gene não alelo. Esse tipo de epistasia acontece com frequência na cor das penas de galináceos.
O gene dominante B inibi a manifestação do gene C, o responsável pela produção de cor. Portanto, o gene B é epistático em relação ao gene C. Os alelos recessivos b e c não tem efeito inibidor e nem de produção de cor.
Perceba que as galinhas podem ser brancas tanto pela presença do alelo B quanto pela ausência do alelo C. A proporção fenotípica da F2 é de 13:3.
Interações gênicas não epistáticas
A interação não epistática é causada por dois genes em conjunto, entretanto, nenhum alelo impede a expressão do outro. A crista dos galináceos é um exemplo desse tipo de interação.
A combinação de alelos pode formar quatro tipos de crista nesses animais:
- R_ee: crista rosa
- rrE_: crista ervilha
- R_E_: crista noz
- rree: crista simples
Poligenia ou herança quantitativa
Na poligenia, pares de genes não alelos somam ou acumulam seus efeitos. Não existe dominância entre os alelos e isso permite uma série de fenótipos diferentes entre si.
A cor dos olhos, a cor da pele, a altura dos seres humanos, entre muitas outras características são determinadas por esse tipo de interação gênica.
Pleiotropia e a interação gênica
A pleiotropia é um fenômeno inverso a interação gênica, nela um único gene pode ter efeito simultâneo sobre várias características.
Veja também:
- Probabilidade genética
- Leis de Mendel
- Primeira Lei de Mendel – Monoibridismo
- Segunda Lei de Mendel – Diibridismo
- Os efeitos positivos da engenharia genética
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