A maioria dos professores está com a saúde mental abalada, de acordo com pesquisa

Um livro lançado durante um seminário, que traz o levantamento, revelou o estado de saúde mental dos profissionais que atuam na educação. Confira os dados!

Recentemente, no dia 15 de outubro, nós comemoramos o dia do professor. É de amplo conhecimento que tal profissão desenvolve um papel indispensável na sociedade, uma vez ela contempla todas as áreas.

Para desenvolver qualquer profissão, é preciso ter a saúde mental em bom estado, mas como será que está esse aspecto dos profissionais da educação?

Em vista dessa preocupação, a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) lançou o livro “Precarização, Adoecimento & Caminhos para a Mudança, Trabalho e Saúde dos Professores“.

Livro da Fundacentro revela o estado mental dos professores

A obra que contém os dados sobre o estado mental dos profissionais da educação foi lançada no quinto Seminário sobre “Trabalho e Saúde dos Professores — Precarização, Adoecimento e Caminhos para a Mudança”.

Durante o evento, os pesquisadores destacaram que tanto na rede pública quanto na rede privada, os docentes enfrentam um conjunto semelhante de problemas de saúde, com ênfase em alguns distúrbios mentais específicos.

Isso inclui, por exemplo, a síndrome de burnout, estresse e depressão, seguidos por problemas relacionados à voz e distúrbios osteomusculares, que envolvem lesões nos músculos, tendões e articulações.

Sobre essa questão, o tecnologista da Fundacentro, Jefferson Peixoto da Silva, esclareceu que estudos têm indicado que os principais motivos de afastamento desses profissionais para tratamento de saúde estão relacionados a transtornos mentais.

Em torno de 2017, a principal causa de patologias nessa categoria estava ligada a problemas vocais. No entanto, esse cenário vem se alterando.

Atualmente, os transtornos mentais ocupam o primeiro lugar como motivo de distanciamento dos professores das salas de aula, substituindo os problemas vocais.

(Imagem: divulgação)

A professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Frida Fischer, destaca que, além dos problemas com a voz, os professores enfrentam enfermidades relacionadas à perda auditiva.

Uma pesquisa recentemente divulgada, desta vez pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), também indicou que muitos deles enfrentam desafios relacionados à saúde mental, destacando o cenário pandêmico como a principal causa disso.

Nesse sentido, a psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Renata Paparelli, observa que a violência também tem contribuído para a deterioração da saúde dos professores.

Ela identifica três formas de violência que podem levar ao adoecimento dos profissionais: a violência física, incluindo agressões verbais e físicas e ameaças.

Há ainda aquelas que surgem das interações psicossociais cotidianas, como assédio relacionado à administração escolar, por exemplo. Por fim, ela ressalta que episódios de ataques contra as escolas também são preocupantes.

As consequências disso, segundo Renata, podem variar desde problemas físicos, como dores lombares ou lesões, até distúrbios de saúde mental, como transtorno de estresse pós-traumático.

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