A resposta para o câncer pode estar vivendo debaixo da terra
Descobertas recentes sobre o rato-toupeira-pelado revelam extraordinárias capacidades de resistência ao câncer.
Com suas aparências pouco convencionais e longevidade surpreendente, os ratos-toupeira-pelados estão no centro de pesquisas revolucionárias na ciência médica, especialmente no estudo do câncer.
Este pequeno roedor, capaz de viver até 30 anos ou mais, apresenta uma resistência quase total a doenças crônicas e ao câncer, intrigando cientistas ao redor do mundo. Seu habitat subterrâneo, com baixos níveis de oxigênio, e uma vida social complexa fazem do rato-toupeira-pelado um organismo de estudo único.
A pesquisa sobre esses roedores revelou várias características biológicas que contribuem para sua resistência ao câncer. Uma delas é a presença de um ‘superaçúcar’ complexo no espaço entre as células, que impede a aglomeração celular e a formação de tumores.
Além disso, estudos da Universidade de Cambridge sugerem que é o microambiente do corpo do rato-toupeira-pelado, incluindo seu sistema imunológico, que impede o desenvolvimento inicial do câncer em tumores, e não um mecanismo de resistência ao câncer inerente às células saudáveis, como se pensava anteriormente.
O mecanismo específico pelo qual esses roedores evitam o câncer permanece um mistério, mas as pesquisas indicam que uma adaptação evolutiva que previne a divisão descontrolada de células danificadas, pode desempenhar um papel crucial. A baixa taxa de mutação dos ratos-toupeira-pelados também contribui para sua resistência ao câncer, sugerindo uma menor probabilidade de desenvolver mutações cancerígenas ao longo de sua vida.
A insensibilidade à dor desses animais, provavelmente uma adaptação ao seu ambiente rico em dióxido de carbono, é outra característica fascinante. Isso, juntamente com a sua capacidade de viver em condições de hipoxia, pode oferecer insights sobre tratamentos para condições dolorosas e doenças inflamatórias em humanos.
A inteligência e os comportamentos sociais dos ratos-toupeira-pelados, como a agricultura sustentável (coletam, reaproveitam e se alimentam forma coletiva) e a criação de ‘creches’ para filhotes, demonstram a complexidade de sua vida social e contribuem para o entendimento de sua biologia única. Estudar esses roedores não só pode desvendar os segredos da resistência ao câncer, mas também fornecer pistas sobre a longevidade e o envelhecimento saudável.
* Com informações da BBC e Revista Science
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