A trágica história da ‘Disney brasileira’, que foi de sucesso a fracasso
Terra Encantada, o maior parque temático do Brasil em seu tempo, foi um ícone de altos e baixos até sua demolição em 2016, após anos de operação.
Em 1998, o Rio de Janeiro viu nascer na Barra da Tijuca o Terra Encantada, um parque que aspirava ser a Disney do Brasil. Com promessas de modernidade e entretenimento, captou a imaginação de muitos.
No entanto, após apenas 12 anos de operação, o parque encerrou suas atividades em 2010, deixando para trás uma história marcada por desafios e infortúnios.
Com um investimento inicial de US$ 235 milhões, o Terra Encantada foi planejado para ser um dos mais avançados parques da América Latina. Diversos investidores, tanto nacionais quanto internacionais, contribuíram com valores substanciais.
Entre os principais patrocinadores estavam a Garoto, Coca-Cola, Kibon, Kodak, Kaiser/Heineken e BR/Petrobras, que juntos investiram US$ 30 milhões. Outros US$ 20 milhões vieram do Bank of America, enquanto o Serpros e o BNDES contribuíram com US$ 20 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente.
O projeto visava atrair 3,5 milhões de visitantes anualmente, gerando uma receita considerável de US$ 70 milhões em bilheterias. Contudo, apesar do entusiasmo inicial, o caminho do parque foi repleto de percalços que resultaram no seu fechamento.
Desafios e obstáculos
A inauguração do Terra Encantada, em janeiro de 1998, foi cercada de expectativas, mas também de contratempos.
Problemas administrativos fizeram com que o parque abrisse com atraso e apenas metade das lojas e atrações prometidas estivessem em funcionamento. Nos meses seguintes, o número de visitantes diminuiu gradualmente devido a uma série de insatisfações e incidentes.
Em seu auge, o parque contava com um total de 90 lojas e 47 quiosques, além de oferecer experiências inspiradas em personagens de lendas brasileiras e animais silvestres. No entanto, o sonho de rivalizar com a Disney foi se desvanecendo com o tempo.
Montanha-russa que funcionava no Terra Encantada – Imagem: reprodução
Incidentes e tragédias
O Terra Encantada acumulou eventos trágicos que contribuíram para sua decadência. Entre eles, o acidente com a atriz Ísis de Oliveira no brinquedo Cabum e uma briga generalizada durante um show da banda Charlie Brown Jr. Em 2004, um incêndio destruiu parte da tematização do parque.
O golpe final veio em 2010, após a morte trágica de Heydiara Lemos Ribeiro no brinquedo Monte Aurora. Esse acidente marcou o fim definitivo das operações do parque.
O fim do Terra Encantada
Em 2013, o terreno do Terra Encantada foi adquirido pelas empresas Queiroz Galvão e Cyrela por cerca de R$ 1,5 bilhão. Dois anos depois, os brinquedos começaram a ser desmontados, e em 2016, o parque foi completamente demolido.
A história do Terra Encantada serve como um lembrete das complexidades inerentes a projetos ambiciosos e da importância de uma gestão cuidadosa.
Embora tenha falhado em sua missão original, a “Disneylândia brasileira” ainda é lembrada por aqueles que vivenciaram seus momentos de magia efêmera.
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