Acidente nuclear de Chernobyl
O material radioativo liberado pelo acidente nuclear em Chernobyl, foi cem vezes maior do que o material liberado pelas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945 no final da Segunda Guerra Mundial.
Acidente Nuclear de Chernobyl
O acidente nuclear na usina de Chernobyl ocorreu no dia vinte e seis de abril de 1986, na Ucrânia enquanto a república ainda fazia parte da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Na época foi o mais grave acidente nuclear de todos os tempos, perdendo esse posto em 2011 quando aconteceu o acidente na usina de Fukushima, no Japão após um terremoto e um tsunami atingir a cidade. Ao contrário do que aconteceu em Fukushima, o acidente de Chernobyl ocorreu quando os reatores da usina estavam em funcionamento.
Causas do Acidente Nuclear de Chernobyl
O acidente radioativo aconteceu na central elétrica da Usina Nuclear de Chernobyl no momento em que técnicos nucleares faziam um experimento no reator, quatro anos mais tarde, em 1991, um estudo realizado apurou que o acidente não foi apenas em consequência da falha humana, mas sim de uma série de fatores, incluindo uma possível falha no reator.
Chernobyl possuía quatro reatores em funcionamento e mais dois que ainda estavam em construção, à usina era um símbolo do desenvolvimento da União Soviética.
Após uma grande explosão se formou uma enorme nuvem de fumaça radioativa que se espalhou por toda a União Soviética e Europa Ocidental, helicópteros foram utilizados para lançar areia e chumbo nas chamas, mas pouco adiantou a tragédia já havia ganhado enormes proporções.
Avaliação de Acidentes Nucleares
A explosão foi tão intensa que lançou pedaços da usina em um raio de cinquenta metros de distância. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) elaborou no ano de 1990 a Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos, esta foi criada com a intenção de que pessoas leigas entendessem o nível de gravidade dos acidentes radiológicos, essa escala vai do nível um aos sete. Apenas dois acidentes nucleares foram classificados até hoje no nível sete: o de Chernobyl e o da usina de Fukushima.
Os critérios utilizados para a classificação dos acidentes são baseados na quantidade de radiação liberada e nos danos causados por ela na população e no meio ambiente.
Consequências do Acidente Nuclear de Chernobyl
No momento do acidente trinta e uma pessoas morreram imediatamente, cerca de 800.000 foram expostas a radiação e 25.000 morreram com o passar do tempo (o governo admitiu apenas quinze mil mortes), dessas 20% cometeram suicídio.
Estudos revelaram que 70.000 pessoas sofreram doenças em consequência da radiação e 93.000 teriam morrido em todo o mundo em decorrência do acidente, mulheres que estavam grávidas no período foram aconselhadas a abortar, pois se corria um sério risco dos bebês nascerem com algum tipo de má formação.
A nuvem contendo materiais radioativos liberou na atmosfera principalmente iodo e césio, o que contribui para o crescente número de pessoas com câncer. Uma das principais preocupações com acidentes radioativos não é a intensidade da radiação, mas sim o tempo que se passa exposta a ela.
O césio pode ser encontrado no solo e nos alimento até trinta anos após a exposição. Muitas doenças psicológicas e outras que não possuem explicação clínica foram detectadas na população que residia em torno da usina, constatou-se que a saúde das pessoas que habitam as regiões próximas à usina nuclear de Chernobyl são mais frágeis que as populações de outras localidade da Europa.
A gravidade do acidente na usina de Chernobyl levou o governo soviético a uma tentativa de escondê-lo da comunidade internacional, o episódio só chegou ao conhecimento do mundo quando países vizinhos detectaram a presença de altos níveis de radiação em seus territórios. O presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchov esperou três semanas para se pronunciar oficialmente sobre o ocorrido. Vinte anos após o acidente Gorbatchov apresentou sua visão sobre Chernobyl:
“Mais que nenhum outro evento, Chernobyl me abriu os olhos: mostrou-me as espantosas consequências da energia nuclear, inclusive quando não era utilizada para fins militares. Podia-se imaginar mais claramente o que aconteceria se uma bomba atômica explodisse.”
Segundo Mikhail Gorbachev se os trabalhadores envolvidos diretamente na tragédia soubessem do poder destrutivo da radiação jamais teriam se aproximado do local do acidente. Os quatro geradores em atividade na Usina Nuclear de Chernobyl geravam 10% da energia consumida na Ucrânia.
Logo após o acidente o governo iniciou uma desesperada tentativa de evacuar as áreas próximas à usina, no dia seguinte ao ocorrido às ruas de Pripyat, cidade onde Chernobyl estava instalada já havia sido quase totalmente abandonada.
O governo soviético prometeu aos moradores que eles poderiam voltar para as suas casas três dias depois, no entanto isso nunca aconteceu. A área em volta da usina foi isolada, assim a cidade de Pripyat ficou dentro da zona de exclusão. Após a tentativa de conter as chamas radioativas liberadas pela explosão, trabalhadores foram convocados para trabalhar na construção de uma estrutura de aço e concreto em volta da usina, à estrutura foi batizada de sarcófago.
Os homens que participaram dessa construção trabalharam sem nenhum tipo de proteção, todos eles morreram logo após a obra ser concluída. Estima-se que cerca de cem toneladas de lixo radioativo ainda permanecem no lugar da tragédia, de acordo com a NRC, a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA a região vai levar pelo menos cem anos para ficar totalmente livre dos agentes radioativos. Pripyat se transformou em uma cidade fantasma, os problemas de saúde físicos e mentais que afetaram a população, representa ainda hoje, o maior problema de saúde pública do mundo.
Passados vinte nove anos do acidente em Chernobyl milhões de ucranianos ainda sofrem com doenças provocadas pela radiação, o câncer de tireoide é a mais recorrente.
A fauna na região também continua a ser afetada, segundo biólogos que estudam os animais próximos às cidades afetadas o número de espécies selvagens vem decrescendo e, além disso, muitos sofreram algum tipo de mutação relacionada à existência de partículas radioativas no solo e na água de rios e lagos. Um museu foi construído na cidade de Kiev capital da Ucrânia em memória as pessoas que morreram em função do acidente radioativo.
Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia
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