Acordar cedo para ir à escola está ultrapassado? Para esse especialista, aulas devem começar mais tarde

O sono é fundamental para saúde e contribui para boa regulação emocional e consolidação do aprendizado.

Em diferentes lugares do mundo, é comum ter aulas no período da manhã, com início às 7h. Mas, estudos no campo da neurociência, apontam a relação entre sono e estudo como uma das responsáveis pelo desempenho acadêmico de crianças e adolescentes e para Fernando Louzada, Doutor em Neurociências pela Universidade de São Paulo, as aulas devem começar mais tarde.

Adolescentes costumam precisar de mais horas de sono, se comparados com os adultos

Fernando Louzada, pesquisador da Universidade Federal do Paraná, em entrevista ao site o GLOBO, fala sobre a relação entre sono e estudo e como experiências recentes mostram os benefícios de adiar o início das aulas em 1h e as diferenças entre o funcionamento do organismo de adolescentes, que costuma precisar de mais horas de sono para descansar.

Assim, em conjunto com o fenômeno do atraso da fase de sono, estimulada pela presença de equipamentos eletrônicos, como smartphones e computadores, os adolescentes dormem mais tarde e, como consequência, também sentem a necessidade de acordar um pouco depois do horário programado.

Nesse sentido, já não é possível esperar dos adolescentes, que eles deitem às 21h para acordar às 5h, o ideal é que, com o objetivo de preservar o ciclo de sono deles, as aulas comecem depois das 7h da manhã.

A iniciativa, já é discutida em outras regiões do mundo e levou a uma inovação legislativa em julho de 2022, na Califórnia, nos Estados Unidos. Agora, nesse estado, as aulas para os estudantes do ensino médio vão começar às 8h 30 min. A medida tem como base, os estudos entre sono e estudo.

Debate no Brasil

No Brasil, o debate sobre a importância do sono deve acontecer com medidas de conscientização sobre a função do sono para manutenção do sistema imunológico, preservação do sistema cognitivo e sua relação com o desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabete, defende Louzada.

Para o neurocientista, no entanto, é preciso que as escolas, em conjunto com o poder público e a sociedade, busquem a melhor maneira de promover as adaptações necessárias, inclusive com a disponibilização de turmas em horários flexíveis, com a tecnologia como aliada nesse processo.

O fundamental é ter consciência sobre como o sono é importante e promover medidas de higienização do sono, entre elas, deve-se ter uma boa alimentação, prática regular de atividades físicas e redução de estímulos à noite, como luzes fortes e aparelhos eletrônicos.

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