Acredite se quiser: por séculos, o Vaticano classificou a capivara como peixe; entenda o motivo

Esse fato inusitado aconteceu durante a Idade Média e ganhava destaque durante a Quaresma. Confira as justificativas!

A capivara é um roedor, mas, por muitos anos anos, foi classificada como peixe pelo Vaticano. Por ser um animal semiaquático, a capivara entrou em uma específica interpretação da Igreja Católica por causa de uma tradição cristã.

Conhecida como o maior roedor do mundo, a capivara é um animal comum na América do Sul. Ela apresenta boa adaptação à água, por causa das membranas entre os dedos que auxiliam o deslocamento no ambiente aquático.

A curiosa interpretação do Vaticano tem uma relação com a alimentação permitida durante a Quaresma. Durante esse período, os cristãos não podem se alimentar de frango ou carne vermelha. Por isso, o peixe se torna a principal alimentação dos católicos, principalmente no dia da Sexta-Feira Santa.

No entanto, a historiadora Dolly Jørgensen explica que a relação alimentar do período cristão não é necessariamente sobre a origem da carne, mas sobre animais aquáticos e animais terrestres.

(Imagem: Divulgação)

Por que o Vaticano considerou a capivara como peixe?

Já no período da Idade Média, os católicos não podiam comer diversos animais durante quarenta dias, que é o tempo da Quaresma.

“Embora a maioria das pessoas hoje em dia pense que a restrição é sobre comer carne, a restrição alimentar não era sobre mamíferos e pássaros versus peixes, mas sobre terra versus água. Assim, outros animais que passavam o tempo na água eram qualificados como aquáticos e podiam ser comidos na Quaresma”, explica Dolly Jørgensen em seu blog.

Como dissemos, a capivara é um animal que consegue se deslocar na água, por causa das membranas. Por isso, ela é considerada semiaquática.

Assim, um grupo de religiosos questionou o Vaticano sobre se a capivara estaria na classificação liberada para consumo, já que o animal também vive na água.

Então, em 1784, o pedido foi concedido e a capivara passou a ser classificada como peixe pelo Vaticano. Desse modo, os cristãos poderiam continuar consumindo essa carne durante a Quaresma.

Apesar de uma decisão curiosa, a capivara não é o único roedor da lista, o castor também teve uma classificação parecida e era consumido pelos católicos nesse período de jejum.

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