Afinal é ou não a pirâmide mais antiga do mundo? Entenda a polêmica de Gunung Padang

Investigações sobre a estrutura de Gunung Padang na Indonésia levantam debates acirrados sobre sua antiguidade e origem.

No coração da ilha de Java, na Indonésia, jaz uma estrutura monumental que tem sido alvo de intensos debates científicos e arqueológicos: Gunung Padang. Supostamente datando de até 27 mil anos atrás, esta estrutura tem sido apresentada por alguns como a ‘pirâmide mais antiga do mundo’, desafiando concepções pré-estabelecidas sobre as origens da civilização humana.

O enigmático Gunung Padang, uma montanha em forma de pirâmide. Foto: Ghanimurtafa/Shutterstock

Publicado inicialmente na revista Archaeological Prospection, o estudo que trouxe à tona a monumentalidade da pirâmide de Gunung Padang foi recebido com ceticismo por parte significativa da comunidade arqueológica.

Críticos apontam para a fragilidade das evidências apresentadas e questionam as metodologias utilizadas na datação da estrutura. O geólogo Danny Hilman Natawidjaja e sua equipe, responsáveis pela pesquisa, defendem que a análise do solo e técnicas como o radar de penetração no solo oferecem um vislumbre da complexidade e antiguidade da construção.

No entanto, vozes dissonantes como a do arqueólogo Lutfi Yondri argumentam que a interpretação dos dados é conjectural, e que não há evidências concretas que sustentem a classificação de Gunung Padang como uma pirâmide enterrada. Além disso, a falta de uma tradição cultural de construção de pirâmides na Indonésia levanta questionamentos sobre a plausibilidade dessa teoria.

A revista que publicou o estudo inicial anunciou uma investigação sobre a validade das alegações, seguindo as diretrizes éticas em publicações científicas. Em resposta, Natawidjaja sustenta que os padrões éticos foram seguidos e que as descobertas foram submetidas a um rigoroso processo de revisão.

Este embate entre evidências e interpretações coloca em perspectiva a complexidade da arqueologia como campo de estudo, onde novas descobertas frequentemente desafiam o conhecimento estabelecido.

A história de Gunung Padang, na Indonésia, é um lembrete de que a busca pelo entendimento do passado humano está longe de ser linear, estando repleta de reviravoltas e controvérsias que estimulam o debate e o avanço científico.

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