AliExpress, Shein e Shopee estão na mira de varejistas brasileiros
Segundo varejistas brasileiros, além de ter de arcar com tributos e custos trabalhistas, as plataformas estariam usando uma brecha na lei para evitar a cobrança de impostos.
Com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência, muitos empresários brasileiros renovaram seus esforços frente ao avanço de plataformas de varejo internacionais no Brasil.
As varejistas do país dizem que a competição é desleal, porque as plataformas internacionais não pagam os mesmos impostos e custos trabalhistas e, por isso, conseguem oferecer preços mais baixos aos consumidores.
Com isso, elas acusam as concorrentes de praticar “contrabando digital” e evasão fiscal, ao, supostamente, se aproveitarem de brechas nas regras e fraudarem vendas para evitar a cobrança de impostos. O Ministério da Fazenda disse à BBC News Brasil que “as propostas serão apresentadas após validação interna no governo”.
AliExpress, Shein e Shopee
O AliExpress, a Shopee e a Shein são plataformas de comércio eletrônico populares no mundo todo, com uma enorme seleção de produtos a preços competitivos. Segundo Alberto Sorrentino, consultor especialista em varejo e fundador da Varese Retail, o avanço é um reflexo de acordos comerciais fechados entre países.
Com isso, as plataformas internacionais passaram a ter sites e aplicativos em português, a dar assistência aos consumidores brasileiros, melhoraram a logística, realizaram campanhas publicitárias e passaram a oferecer produtos de vendedores locais.
“Isso aumentou a confiança nestas plataformas, e o consumidor começou a gostar e a se apegar a elas. Aí, escalou muito rápido”, afirma Sorrentino.
Principais queixas dos varejistas
Segundo os varejistas brasileiros, além de ter de arcar com tributos e custos trabalhistas que a concorrência internacional não paga, as plataformas estariam usando uma brecha na lei para evitar a cobrança de impostos.
O deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo, disse que no passado as mercadorias que entravam no Brasil sem pagar impostos vinham do Paraguai.
”O Paraguai mudou para as plataformas depois que os vendedores internacionais, principalmente da China, descobriram um vácuo na tributação”, disse ele.
A fiscalização é outro problema, segundo os varejistas nacionais. Isso porque um relatório produzido pelo empresário Luciano Hang, presidente da rede Havan, afirma que menos de 2% dos produtos que passam pela alfândega são fiscalizados. Hang é um dos empresários à frente das denúncias.
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