Alimentos orgânicos não são mais modismo: agora é questão de saúde

De acordo com o Departamento de Economia Rural, os alimentos orgânicos estão 30% mais caros que os demais alimentos no Paraná.

O movimento em busca de alimentos orgânicos vem se ampliando no Brasil, que também estão ficando mais caros. Entre os mais procurados pela população, o tomate está em destaque. Seu preço médio é de R$ 4,36, mas elevou-se para R$ 7,12.

Na região do Paraná, o tomate é apenas produzido no verão, mas a população o solicita durante o ano inteiro. Os tomates recebidos são enviados de fora, e neste período, conhecido como entressafra, seu preço se eleva. Além disso, o transporte fornecido auxilia o encarecimento do alimento, conforme relata o engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do estado do Paraná, Julio Carlos Veiga Silva.

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Existem inúmeros motivos que deixam os alimentos mais caros para o consumidor. Para o produtor que escolhe produzir tomates, é requerido que não haja o uso de agrotóxicos ou adubo químico.

“Quanto mais mão de obra for necessário, mais caro torna-se o produto. Um exemplo é quando há presença de ervas daninhas, normalmente basta apenas utilizar um herbicida, o que torna o trabalho muito mais fácil, entretanto o orgânico não é permitido. Mediante isso o produtor terá muito mais trabalho ao cultivar o alimento”, explicou Julio.

Orgânicos

A produção de orgânicos é avaliada constantemente pelos grupos de produtores através de visitas recorrentes, com o intuito de avaliar os métodos adotados na hora da produção, de acordo com Daniele Comerella, presidente da Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia.

Haviam inicialmente apenas cinco grupos, mas atualmente são 40, com no máximo dez participantes cada. “Ao conseguirmos juntar o conhecimento e o apoio técnico, chegaremos a uma produção em maior quantidade, consequentemente o consumidor terá um preço mais baixo.”, declara Daniele.

Outro ponto influente é a adversidade na hora de cultivar diversos orgânicos.

Hoje, 3.800 agricultores que produzem de forma orgânica pertencem ao estado do Paraná, representando aproximadamente 1,5% do número total de agricultores do estado. Entretanto, essa fatia fica ainda maior considerando a região metropolitana de Curitiba, chegando a 7%.

A uma distância de 40km da capital fica localizada a cidade de Mandirituba, onde mora Andrea Iefcovich, produtora de morango e framboesa, além de milho doce e outros orgânicos. Ela conta que os morangos dão um trabalho muito maior do que normalmente, logo quem efetua o processo de plantação possui uma boa justificativa quanto ao preço.

O processo de poda das folhas é de pé por pé, além de retirar algumas folhas contaminadas para não afetar as demais. É buscado sempre efetuar o trabalho manual, mas em casos de extrema necessidade há a presença de produtor biológicos que podem ser utilizados, conta a produtora.

O outro lado

Um dos primeiros mercados orgânicos do Brasil fica localizado em Curitiba. Segundo o comerciante Julio Kobe, que pertence a este ramo há onze anos, muita coisa mudou desde o início. “Não há mais o consumo destes alimentos por modismo, agora é questão de saúde e recomendação médica”, comenta Julio. Para o comerciante, os produtos orgânicos possuem menor oscilação de preços durante o ano que os demais alimentos.

Todo o cuidado tido pelos produtores na hora da produção, reflete no comerciante e no consumidor. “O sabor é muito mais gostoso, a abobrinha, o tomate, tudo tem mais sabor” conta Rogério, um consumidor de orgânicos.

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