BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

O que é BRICS? O termos “Brics” é um acrônimo utilizado para designar o grupo de países emergentes com grande potencial de crescimento econômico para um futuro próximo. A sigla vem da junção das iniciais dos países que fazem parte dessa expectativa, a saber: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (de South Africa, em inglês).

Por “países emergentes”, também chamados de “em desenvolvimento”, entende-se o grupo de países periféricos que apresentam um relativo grau de evolução econômico, geralmente industrializados e com grande dinamismo no setor terciário, a exemplo de outros países, como México e Turquia.

Inicialmente, o termo havia sido criado pelo economista Jim O’Neil no ano de 2001 para fazer referência aos países de economia subdesenvolvida, mas que poderiam se encaixar no grupo de emergentes.

Esses países, segundo a previsão do especialista, teriam um grande potencial de aumento de seus Produtos Interno Brutos (PIBs), de modo que até o ano de 2050 eles se destacariam nesse quesito no cenário mundial, algo que vem se confirmando, embora esses países tenham desacelerado seus crescimento nos últimos anos.

Na época da elaboração do termo, Jim O’Neil criou apenas com quatro países em destaque, BRIC, sem, portanto, a África do Sul. O economista também aproveitou o trocadilho que a sigla possui na língua inglesa, tendo a mesma sonoridade de “brick”, que significa “tijolo”. O BRIC seria o grupo de tijolos que construiriam o crescimento mundial das décadas posteriores.

Em 2006, no entanto, esses países se aproximaram em um acordo informal, dando início a um processo de materialização do grupo no cenário mundial. Assim, em 2008, foi realizada a primeira cúpula envolvendo todos os chanceleres dos quatro países e, desde 2009, é realizado um encontro anual.

Já em 2011 foi oficializada a inclusão da África do Sul, transformando o grupo de BRIC para BRICS, em um tentativa geopolítica de expandir a atuação econômica dos quatro países no continente africano, com destaque atual para China e Brasil.

De todo modo, é errôneo considerar que o BRICS é um acordo oficial ou um bloco econômico. Trata-se apenas de uma aproximação diplomática informal que, todavia, vem gerando muita atenção por parte de analistas internacionais, principalmente por posturas marcadas pelo desalinhamento com as principais potências internacionais, a saber: Estados Unidos e União Europeia.

Uma dessas medidas é a recente criação do “Banco dos BRICS”, que ainda encontra-se em fase de operacionalização.

A intenção é oferecer aos países subdesenvolvidos e emergentes um sistema de cooperação em benefícios, o que inclui até mesmo a realização de empréstimos, em uma perspectiva análoga à do Fundo Monetário Internacional (FMI) e também do Banco Mundial.

A grande vantagem, nesse caso, é que os empréstimos concedidos não seriam acompanhados pelas exigências adotadas pelos organismos internacionais supracitados, tais como os “pacotes de austeridade”, com a diminuição de gastos públicos, redução de benefícios sociais e aumento de impostos.

Outra relevância dos BRICS é o papel estratégico que cada um desses países possuem nos mais diferentes cenários geoeconômicos internacionais. A China é o país que mais cresce e já possui o segundo maior PIB da atualidade, além de um amplo mercado consumidor e um intenso ritmo de produção industrial.

A Rússia é um dos maiores exportadores de petróleo, além de ser o segundo maior país do mundo em termos de posse de armamentos militares – e vem adotando, nos últimos anos, uma política de desafio frente ao expansionismo imperialista dos EUA e União Europeia sobre a Ásia, sua área direta de influência.

A Índia, além de possuir uma grandiosa população e um abrangente mercado consumidor, é um país altamente industrializado e com grande atuação no setor de Ciência e Tecnologia.

O Brasil, por sua vez, além de um dinâmico setor agrícola e uma grande reserva de recursos naturais, vem ganhando uma maior relevância diante das descobertas de petróleo nas reservas do Pré-Sal. A África do Sul, ao final, é bastante estratégica na atração de investimentos e na posse de reservas minerais, é também um dos países mais relevantes da África Subsaariana.

Por Rodolfo F. Alves Pena
Mestre em Geografia

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