Chernobyl vs. Fukushima: Qual acidente nuclear foi pior?

Ambos os acidentes nucleares causaram sérias devastações ao meio ambiente, fazendo milhares de pessoas saírem de suas cidades.

A energia nuclear é uma fonte de energia bastante concentrada e de grande rendimento. Justamente por isso ela é utilizada por diversos países do mundo, correspondendo cerca de 16% da produção de energia no mundo.

Este tipo de energia é produzida e usinas termonucleares. Sendo assim, a energia se faz com a utilização do calor para a geração de eletricidade. O calor é gerado a partir da fissão dos átomos de urânio.

A energia nuclear não é poluente enquanto está em funcionamento. Entretanto é extremamente necessário o cumprimento de suas normas de segurança. Desta forma, os perigos deste tipo de energia estão nos lixos nucleares (resíduos radioativos), e da contaminação que causam para o meio ambiente e saúde.

Caso expostos ao seres humanos, os elementos radioativos podem causas danos irreversíveis à saúde, como câncer, deformidades genéticas, leucemia, dentre outros. A exposição pode acontecer devido o descarte inadequado do lixo nuclear, e principalmente pelo risco de acidentes nucleares.

Infelizmente, a humanidade já presenciou ambos os casos. Problemas com descarte de lixo radioativo já aconteceram inclusive no Brasil, em Goiânia com o material Césio-137. Além disso, acidentes nucleares de proporções gigantescas já fizeram cidades inteiras serem evacuadas.

E uns desses terríveis acidentes foram o de Chernobyl, em 1986, e o de Fukushima 1, em 2011. Ambos tiveram causas diferentes, porém suas destruições deixam rastros até hoje.

Chernobyl vs. Fukushima

Causas

As causas de ambos os desastres é bem diferente. O acidente de Chernobyl aconteceu na Ucrânia, devido uma falha humana. Na ocasião, o reator 4 explodiu, isso enquanto estava em pleno funcionamento.

A explosão do reator gerou uma enorme explosão em forma de cogumelo de 1km de altura. O gigantesco cogumelo radioativo lançou pelos ares fragmentos de grafite com plutônio a enorme temperaturas.

Já o acidente de Fukshima aconteceu na cidade de Õkuma, no Japão. O acidente foi causado devido um terremoto de magnitude 9 na escola Richter no dia 11 de marco.

O fenômeno causou a queda so sistema de segurança em três dos seis reatores que estavam ativos, desligando também o sistema de refrigeração da usina.

Após isso, um tsunami (causado pelo terremoto) deixou sem funcionamento o fornecimento de energia elétrica de emergência. Sendo assim, a temperatura dos reatores subiu a ponto de provocar uma fusão parcial no núcleo, causando então o vazamento radioativo em três reatores.

Danos

Ambos os acidentes receberam a classificação de nível 7, na Escala Internacional de Acidentes Nucleares da AIEA. O nível é o mais elevado, simbolizando um acidente grave.

A contaminação causada pelo acidente em Chernobyl é considerada a maior da história. Devido sua localização, a contaminação se espalhou aos países vizinhos, como a Rússia e a Bielorrússia. Além disso, a nuvem de radiação se espalhou por toda Europa, com exceção de Portugal.

Em Chernobyl dois trabalhadores locais foram mortos pela explosão inicial, e após três meses do acidente mais 29 trabalhadores morreram em decorrência da radiação. O governo ucraniano teve que realocar cerca de 200 mil pessoas da região.

Entretanto, a destruição causada pela explosão ainda foi sentida anos após o acontecido. O número de cânceres em crianças no país disparou para mais de 90%. Um relatório das Nações Unidas de 2005 ainda afirmou  que 4 mil pessoas poderiam ainda morrer devido a radiação de Chernobyl.

Já em 2006, o Greenpease Internacional estimou que o número de mortes na Ucrânia, Russia e Bielorrússia poderia chegar a 93 mil. Bem como 270 mil pessoas destes países podendo desenvolver câncer.

Por outro lado, o acidente de Fukushima 1, apesar de ter dito um número maior de reatores explodidos, felizmente não ocasionou na morte de ninguém. Não ao menos diretamente devido a explosão.

Entretanto, a resposta agressiva do Japão de realocar mais de 100 mil pessoas de duas casas próximas a Fukushima causou indiretamente mil mortes. A informação é da Associação Mundial Nuclear, que afirmou que a maioria das mortes foram com pessoas com mais de 66 anos de idade.

Zonas proibidas

Ambos os acidentes geraram “zonas proibidas”, onde os níveis de radiação são altos e humanos não podem habitar, ou frequentar. No caso de Chernobyl esta zona cobria uma área de 30 km ao redor da usina, assim como as cidades em seus limites foram abandonadas até hoje, se tornando cidades fantasmas.

Além disso, as árvores em florestas próximas ficaram vermelhas e morreram logo após a explosão. Só décadas mais tarde que a vida selvagem voltou a prosperar no local, ainda assim sem a presença humana.

Deste modo, em 2010 o governo ucraniano determinou que o perigo de exposição à radiação na área ao redor de Chernobyl era insignificante, e a zona de exclusão seria aberta a turistas no ano seguinte.

Mesmo assim, os níveis de radiação em torno da usina podem variar muito. Últimos levantamentos aéreos feitos por trones captaram altos pontos de radiação desconhecidos por cientistas até então.

Já no caso de Fukushima, a zona proibida foi de 20 km ao redor da usina. Os reatores danificados foram permanentemente fechados, e os esforços para a limpeza do local continuam.

Por ser recente, o impacto ambiental do acidente ainda é desconhecido. Entretanto, algumas mutações genéticas estão começando a ser identificadas nas borboletas da região de Fukushima.

Também houve níveis de radiação presente nas águas contaminadas que escaparam da cidade japonesa e chegaram a costa oeste da América do Norte. No entanto, os especialistas afirmaram que a contaminação era baixa demais para representar uma ameaça à saúde humana.

Qual foi o pior acidente nuclear?

Apesar de ambos os acidentes tenham causados danos terríveis, é um consenso que o acidente de Chernobyl seja o pior acidente nuclear de toda a história.

Vários fatores colocam o acidente ucraniano como o mais letal, como a explosão, o número de mortos e afetados pela radiação, as mutações causando doenças anos depois, como vários outros.

Mesmo assim, muitos consideram o acidente japonês em Fukushima o segundo pior desastre nuclear de toda a história. No entanto, independente disto, ambos os acidentes forneceram lições importantes para o mundo sobre os riscos inerentes ao uso da energia nuclear.

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