Como fazer um bom texto – Passo a passo, como começar, dicas

Escrever é uma modalidade que permite o ser humano registrar fatos e reflexões. Abaixo tratamos sobre a produção textual, conceitos, estruturas tipológicas e dicas para uma boa escrita. Confira!

Escrever é uma modalidade que permite o ser humano registrar fatos e reflexões. Esta habilidade tem a relevante função de estabelecer interações comunicativas entre os indivíduos.

Na sociedade, é muito comum a circulação de diversas tipologias textuais moldadas em distintas formas, gêneros com o propósito de viabilizar a mensagem do emissor ao receptor.

Abaixo trataremos sobre a produção textual, frisando conceitos e estruturas tipológicas. Além disso, apontaremos dicas para uma produção textual coerente e fundamentada. Leia e descubra como fazer um bom texto!

Passo a passo para fazer um bom texto

  • Tipologias textuais

1- Para uma produção textual com excelência, é necessário o conhecimento prévio das tipologias textuais.

O que é tipologia textual? Tipologia textual é a demarcação estrutural de um texto. Os textos são classificados conforme sua forma e propósito.

Dissertação, descrição, narração, exposição e injunção são os modelos tipológicos mais utilizados na sociedade.

Tipologia dissertativa

No tocante à tipologia dissertativa, podemos afirmar que ela tem o intuito de discutir e estender uma temática, portanto deve estar veiculada à argumentação.

A estrutura padrão de qualquer texto dissertativo é: introdução com o destaque do tema nos primeiros períodos; logo após a antecipação das ideias a serem desenvolvidas  no texto e destaque da tese, ou seja, destaque da perspectiva do emissor a respeito da problemática.

No desenvolvimento, é recomendado que haja o desmembramento das ideias expostas na introdução, isto com repertório cultural fundamentado e reconhecido.

Na conclusão recupere suas perspectivas sobre o assunto e feche seu texto.

Monografias, artigos científicos, resenhas, manifestos, ensaios, cartas ao leitor e outras formas textuais, ou seja, gêneros textuais são exemplificações do modelo dissertativo.

Tipologia narrativa

Com respeito à tipologia narrativa, podemos destacar que ela tem a finalidade de criar e desenvolver um enredo com inserção e aprofundamento de personagens e marcação de tempo-espaço.

Geralmente, a estrutura padrão de qualquer texto narrativo é: apresentação dos personagens e de um núcleo situacional; depois, desmembramentos dos acontecimentos para formação do clímax narrativo, ou seja, momento surpreendente da estória e por fim um desfecho.

O  narrador constrói toda esta estrutura. Ele pode ser narrador personagem, observador e onisciente.

Romances, gibis, contos, crônicas e outros gêneros textuais são exemplos de textos narrativos.

Tipologia descritiva

Na tipologia descritiva o emissor expõe suas observações e detalhes indicando as características de um objeto, fato, pessoa e/ou lugar.

A estrutura padrão da maioria dos textos descritivos é: apresentação do objeto a ser descrito e depois detalhamento utilizando figuras semânticas como a metáfora e comparação, verbos de ligação e adjetivos.

Autobiografias, biografias, currículos, diários e outros gêneros textuais são exemplos de textos descritivos.

Tipologia expositiva

A tipologia expositiva tem o objetivo de apresentar um assunto partindo dos conceitos prévios, de elucidações, contrastes, fundamentação e muitas vezes enumeração.

A estrutura padrão dos textos expositivos é: apresentar o que será discorrido e desenvolver as elucidações expostas pelo emissor. Estas elucidações pode ou não destacar  as opiniões do emissor.

Textos que se enquadram nesta categoria tipológica podem ser classificados em: texto expositivo-argumentativo, pois defende uma perspectiva sobre determinado tema e texto informativo-expositivo, que apenas transmite um informe.

Entrevistas, textos jornalísticos, seminários, palestras e outros gêneros textuais são modelos de textos expositivos.

Tipologia injuntiva

A tipologia injuntiva tem a função de explicar metodicamente algo.

A estrutura básica dos textos injuntivos é: apresentação do que será explicado e desenvolvimento. Este desenvolvimento deve ser detalhado, preferencialmente, com os elementos enumerados.

Para a construção destes textos é imprescindível a inserção de verbos no modo imperativo, ou seja, verbos que expressão ordem, conselho e/ou pedido.

Manuais e receitas e outros gêneros textuais são exemplos de textos injuntivo.

  • Coesão

2-  Além deste conhecimento estrutural exposto acima, para uma boa produção de texto é relevante, ainda, ter um amplo conhecimento da gramática normativa e domínio dos mecanismos coesivos, pois estes elementos são responsáveis por uma construção textual lógica e fluida. Isto garante a construção da coerência.

Lembre-se que a nível morfológico é necessário, principalmente, ter um panorama das colocações verbais, adverbiais e dos pronomes.

A nível sintático o estabelecimento das relações de coordenação e subordinação faz toda diferença nas construções frasais e no eixo semântico, o conhecimento dos fatos linguísticos, funções e figuras de linguagem corroboram para uma adequada construção de sentido.

Considerando estes conceitos, a coesão articula os períodos, frases e parágrafos por meio dos conectivos (pronomes, conjuções, preposições e operadores argumentativos).

Estes elementos linguísticos devem estar entre os componentes básicos de articulação textual.

Quando estes conectivos são inseridos de maneira inadequada o texto pode se tornar repetitivo, desorganizado e descuido.

Por isso, é necessário conhecer as principais estratégias coesivas.

Segue abaixo os principais elementos que garantem uma coesão adequada:

Nomes genéricos: são palavras que não especificam, porém antecipam ou retomam um ou diversos elementos de um valor idêntico.

Exemplo: “O negro foi explorado no período colonial: os portugueses lhes roubaram à convivência familiar, à terra, à cultura, às crenças. Passados quase 200 de abolição esses itens não foram reembolsados.” (itens substitui à convivência familiar, à terra, à cultura, às crenças.)

Hiperonímia: é a relação entre um vocábulo genérico e um mais específico.

Exemplo: “A religião ajudou o jovem a sair da depressão.” (religião é um hiperônimo.)

Sinonímia: é o fato de duas ou mais palavras possuírem significados iguais ou semelhantes. Sinônimos.

Exemplo: “As baratas invadiram a plantação de milho.”

“As baratas alastraram-se pela plantação de milho.” (invadiram e alastraram-se nesse contexto são sinônimos.)

Elipseé quando há ocultamento de um termo, que fica subentendido pelo contexto e que é de fácil identificação.

Exemplo: “À direita da estrada, sol, à esquerda, chuva,  e nosso carro deslizava entre um e outro.” (omissão do verbo estar: estava o sol, estava a chuva.)

Anáfora: é um elemento que retoma o termo anteriormente citado. Geralmente, são os pronomes que fazem esta função.

Exemplo: “É preciso acabar com a fome. Isso só será alcançado com políticas públicas.” (isso retoma a ideia de acabar com a fome.)

Catáfora: são termos que adiantam elementos que serão mencionados.

Exemplo: “Nunca vivi em tal situação: todas as necessidades materiais estão presente em minha casa, agora.” (o pronome tal adianta todas as necessidades materiais.)

Ainda no contexto da coesão, é importante destacar também que conhecer os elementos que organizam o texto é indispensável para uma boa produção.

Segue abaixo os principais recursos coesivos intra e interparágrafos:

  • para expressar prioridade:

“sobretudo, em princípio, antes de tudo, em primeiro lugar, …”

  • para expressar dúvida:

“provavelmente, quem sabe, não é certo, talvez,…”

  • transmitir noção de tempo:

“enfim, logo, eventualmente, às vezes, nesse meio tempo, apenas, …”

  • transmitir contraste:

“pelo contrário, mas, contudo, entretanto, embora, mesmo que,…”

  • para expressar proporcionalidade:

“à proporção que, à medida que, …”

  • transmitir noção de conclusão:

” em síntese, em suma, portanto, dessa forma, logo, …”

  • transmitir noção de esclarecimento:

“por exemplo, aliás, isto é, quer dizer, ou seja, …”

  • para expressar causa e efeito:

“por isso, como resultado, por causa de, de fato, …”

Dicas extras para fazer um bom texto

3- Você está ciente que a estrutura e o conhecimento da norma culta impactam profundamente nas produções textuais.

Entretanto, há outros aspectos importantes para a construção de um bom texto.

Segue abaixo dicas para uma produção textual com excelência:

  • Leia muito! O hábito da leitura amplia o repertório linguístico e cultural dos indivíduos e há renomados pesquisados que já comprovaram isto por meio de suas pesquisas. Romances (clássicos e best sellers), gibis, textos de jornais e outros gêneros são produções ricas tanto na parte linguística e quanto na literária;
  • Tenha sempre uma boa gramática em mãos. Pascoale, Evanildo Bechara e Celso Cunha têm produções gramaticais riquíssimas;
  • Use mais a criatividade;
  • Evite coloquialismo. Seja elegante no uso das palavras e expressões;
  • Tenha clareza e objetividade;
  • Atente-se à repetições de ideias;
  • Não fuja do tema;
  • Antes de iniciar  a escrita de qualquer texto, faça um esboço com as ideias que serão frisadas no texto;
  • Seja preciso na apresentação do tema e apresente sua perspectiva (tese) com fundamento;
  • No desenvolvimento explore suas ideias. Insira argumentos e contra-argumentos, além de noção de causa e efeito;
  • Na conclusão retome sua tese e feche seu texto de maneira criativa;
  • Tenha perspectivas fundamentadas;
  • Esteja sempre atualizado com as notícias de todos os âmbitos;
  • Por último, leia seu texto em voz alta.

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