Conflito entre Israel e Palestina

O conflito entre Israel e Palestina é uma guerra que ocorre desde o século XX pela posse do território palestino. Já causou milhares de mortes e espalhou refugiados no mundo todo.

Os confrontos entre Israel e Palestina tiveram mais intensidade a partir do final do século XIX, quando os judeus, cansados do exílio, começaram a expressar a vontade de voltar para sua terra, até então habitada pelos palestinos, mas em domínio dos otomanos.

O nome do ideal judaico de retornar à sua terra natal é conhecido como sionismo (a busca pela Terra Prometida).

Origem do conflito

Os conflitos entre Israel e Palestina – sociedades que possuem a mesma origem étnica – têm origem nos antigos confrontos entre árabes e israelenses.

A área da disputa se localiza no Oriente Médio, entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, com foco principal na cidade de Jerusalém (local onde o turismo religioso tem forte predominância, por ser considerado um local sagrado para várias religiões, como o islamismo e o judaísmo).

Até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, a Palestina estava sob o domínio do Império Otomano. Após o término do conflito e com o fim deste Império, a administração da região ficou a cargo da Inglaterra.

Para os judeus, a região é denominada “Terra Santa” e “Terra Prometida”, mas o local é considerado sagrado tanto para muçulmanos quanto para cristãos.

Área de tensão da Guerra entre Israel e Palestina

Causas do conflito

Pode-se afirmar que as causas do conflito são longínquas. Tomando por base o ano zero ou o ano em que Jesus nasceu.

A região do Reino de Israel, onde viviam os judeus, era dominada pelo Império Romano. Em 70 d.C., os judeus foram expulsos pelos romanos para o norte da África e Europa.

Alguns anos depois, cerca de 130 d.C., os judeus tentam retomar o lugar, mas são derrotados, mais uma vez.

Ao longo dos séculos, todos os povos que moravam na região, independente da religião, ficaram conhecidos como palestinos.

Essa região é reivindicada pelos judeus pelo fato de eles terem ocupado aquele espaço até sua expulsão pelo Império Romano.

Com o avanço do movimento sionista (busca pela Terra Prometida), no século XIX, um número expressivo de judeus migrou em direção a Palestina. Tal movimento foi criado pelo húngaro Theodor Herzl (1860-1904). Ele defendia que o lar para os judeus deveria ser em “Sião” ou terra de Israel (a Palestina). Dessa maneira, os judeus teriam um lar como todos os outros povos.

O conflito

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cerca de 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração. Com o fim do conflito, os judeus sionistas começaram a pressionar a fundação do Estado Judeu.

Estima-se que até 1946, a Palestina era habitada por aproximadamente 1,2 milhões de árabes e um pouco mais de 600 mil judeus.

Após esse conflito, o fluxo migratório judeu intensificou-se e eles começaram a ganhar uma maior influência diplomática, principalmente pelos ocorridos protagonizados pela Alemanha Nazista e pelo Holocausto.

Organização das Nações Unidas (ONU) ficou encarregada de resolver a situação, realizando a partilha da Palestina em 1947 e estabelecendo um Estado duplo entre as duas nações.

Os judeus ficaram com 57% do território e os árabes (que eram maioria), ficaram com 43%, fundando, assim, em maio de 1948, o Estado de Israel.

Já a capital, Jerusalém, pertenceria a ambos e ficaria sob a administração internacional da ONU.

Contudo, os árabes ficaram insatisfeitos com as determinações e não a aceitaram. Eles iniciaram uma ofensiva contra o Estado de Israel no mesmo ano da sua criação (1948).

Esse conflito foi chamado de Primeira Guerra Árabe-israelense. Os países aliados contra os judeus eram: Líbano, Síria, Transjordânia (atual Jordânia) e Egito.

Esses países foram combatidos pelos judeus, que eram apoiados pelos Estados Unidos – um país com força diplomática e militar. Com isso, Israel ampliou seu território, ocupando novas áreas pertencentes aos palestinos, que ficaram sem suas áreas.

A Galileia e outras áreas ficaram com os judeus, a Jordânia ficou com a Cisjordânia e o Egito dominou a Faixa de Gaza.

Tais acontecimentos se tornaram mundialmente conhecidos como a questão palestina: toda uma nação que ficou sem o seu território.

A extensão das terras israelenses passaram a ocupar 78% da área destinada à Palestina. Esse resultado não foi questionado pela comunidade internacional.

Em 1964 é fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), um grupo que visa lutar pelos direitos dos palestinos.

Guerra dos Seis Dias

Em junho de 1967, teve início a Guerra dos Seis Dias, com a reação dos países árabes que eram contrários à criação do Estado de Israel.

Esse conflito rendeu vitórias para Israel, que passou a ocupar, em apenas seis dias, a Faixa de Gaza, Península do Sinai, Cisjordânia e as Colinas de Golã, na Síria.

Cerca de 500 mil palestinos fogem e o Conselho de Segurança da ONU valida a Resolução 242, que torna inaceitável a obtenção de territórios com uso da força, além do direito de todos os estados da região conviverem pacificamente.

Os árabes tentam reaver os territórios perdidos, em 1973, na Guerra de Yom Kippur (dia sagrado judeu). Contudo, Israel vence novamente.

Somente em 1979, com os Acordos de Camp David (acordos de paz), que Egito e Israel selam um acordo. Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito, que reconheceu a representatividade do Estado de Israel. O Egito foi o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel.

A influência da Bíblia

O fato de os judeus quererem se estabelecer na região da Palestina é baseado em fontes bíblicas.

Eles consideram a região entre a África e o Oriente Médio (Palestina) a terra prometida por Deus.

A área sagrada compreende atualmente: Estado de Israel, Palestina, Cisjordânia, Jordânia Ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.

Essa é a justificativa dos judeus sionistas que reivindicam a ocupação total do território.

Seguindo a linha bíblica, a promessa de Deus incluiria os árabes também. Pois eles afirmam que o filho de Abraão, Ismael, é seu antepassado.

Além do fato de que a reivindicação dos palestinos é fundamentado pelo direito à ocupação.

A ocupação da Palestina

Diversos povos invadiram e ocuparam a região da Palestina, tais como os cananeus, fenícios e amoritas.

O domínio romano perdurou por volta de 64 a.C. a 634 d.C., momento em que a conquista árabe marca o início de 13 séculos de permanência muçulmana na Palestina. A Palestina foi alvo de diversas cruzadas.

A ocupação Otomana dura de 1517 a 1917. Passadas algumas invasões, em 1917 a Palestina começa a ser subordinada a Inglaterra.

Tal submissão dura até fevereiro de 1947, momento em que a Inglaterra entrega a maior parte de seu equipamento bélico aos grupos sionistas.

Conflito entre Israel e Palestina no século XXI

Os atentados terroristas permanecem, com milhares de árabes recorrendo aos campos de refugiados em todo o mundo.

Os israelenses detêm controle sobre diversos recursos naturais, como a água. Muitas questões dificultam a criação do Estado da Palestina.

Os palestinos reivindicam:

  • Autonomia do Estado Palestino;
  • Exigem a retirada dos israelenses dos territórios palestinos;
  • Almejam que o futuro Estado Palestino tenha a sua configuração fronteiriça anterior a 1967;
  • Querem o retorno de 10 milhões de refugiados.

Em contrapartida, o Estado de Israel reivindica a totalidade do comando da cidade de Jerusalém.

Com a criação do Estado de Israel, milhares de palestinos perderam suas casas. Com isso, o movimento palestino se reagrupou na Cisjordânia e em Gaza (controlados pela Jordânia e Egito) e em campos de refugiados de outros países árabes.

Por volta de 1964, é formada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que lançou ataques contra Israel e Líbano. Além de atacarem israelenses na Europa.

Por volta de 1987 ocorreu a primeira revolta palestina contra a ocupação israelense. Ela durou anos e matou centenas de pessoas.

Essa revolta desencadeou na assinatura entre a OLP e Israel dos Acordos de Paz de Oslo (1993). Neles, a Palestina renuncia a violência e reconhece o direito da existência de Israel. Porém, tal reconhecimento nunca foi aceito verdadeiramente.

Em 1994 foi fundada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), fruto dos Acordos de Paz de Oslo, que cumpre a função de representar os palestinos em eventos internacionais. O presidente é eleito por voto direto e escolhe o primeiro-ministro e o restante dos membros do seu gabinete.

Contudo, a Jerusalém Oriental (considerada pelos palestinos como sua capital histórica), não está incluída nos acordos, se tornando a questão mais polêmica do conflito.

Em 2000, a Palestina voltou a atacar a região, ação que aumentou a violência. Desde então, o conflito segue constante.

Vários são os pontos que impedem um acordo de paz, por exemplo, a demora para criar um Estado palestino, a barreira de Israel a Gaza, assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia e o domínio de Jerusalém.

É importante destacar que a ONU considerou a Palestina como um Estado observador não membro (2012). Tal consideração permitiu que os palestinos participem de debates internacionais. Contudo, não foi criado o Estado da Palestina.

Com a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia (o que reduz o território palestino), a revolta entre os palestinos aumentam.

Atualmente, a tensão é constante na Faixa de Gaza. Cidades são destruídas e mortes continuam acontecendo.

Muro de Israel

O governo de Israel, em 2002, iniciou a construção de um muro na Cisjordânia, que passa em torno e por dentro dos territórios palestinos, com a justificativa de proteger Israel de possíveis ataques.

Contudo, esse muro dificulta o acesso a locais com áreas agricultáveis.

Muro de Israel

Muitas pessoas acreditam que o objetivo da construção do muro é ocupar um pouco mais do território da Cisjordânia. Algumas estimativas apontam que esse muro já ocupou cerca de 9% do território da Palestina.

Além disso, várias aldeias palestinas ficaram isoladas devido a construção do muro, fazendo com que suas populações funcionem como mão de obra barata para as indústrias israelenses.

Veja tambémA questão judaico-palestina

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