As fronteiras dos textos formais e informais

Textos formais e informais são registros da escrita que estabelecem comunicação. Leia abaixo e acabe com suas dúvidas!

A escrita, desde seus primórdios, possibilita o homem interagir em múltiplas situações. Esta modalidade de comunicação varia conforme a situação, o contexto.

Na sociedade é comum a circulação de diversas registros textuais. Entretanto, muitas vezes as pessoas desconhecem as estruturas desses registros e isso pode gerar confusão e desrespeito às normas vigentes.

Tendo em vista a relevância desta expressão linguística em nosso meio, hoje, estudaremos sobre as especificidades dos textos: formal e informal. Semelhanças, mas principalmente diferenças serão apontadas.

O que é um texto formal

Texto formal é um registro escrito constituído por meio da linguagem formal. Linguagem formal é a linguagem que utilizamos para interagirmos em situações formais. A marca estilística desta é a norma culta.

A norma culta segue a rigor as regras gramáticas e ortográficas e há o uso de vocabulário amplo, não permitindo gírias, coloquialismos e abreviações em seus registros.

Geralmente, textos formais circulam em ambientes que exigem certa seriedade e minúcia, como em academias, escolas, escritórios e outros ambientes desta natureza.

Para a produção de textos formais com excelência são necessários: domínio das relações sintáticas, semânticas, morfológicas e ortográficas, ou seja, domínio da gramática normativa; respeito às estruturas textuais exigidas, visto que cada gênero possui uma forma específica e um amplo conhecimento de mundo da parte de quem produz.

O hábito da leitura auxilia nesta ampliação de mundo.

Teses acadêmicas, crônicas, romances, relatórios, cartas, manifestos, emails profissionais, textos jornalísticos e outros gêneros são exemplos de textos formais.

O que é um texto informal

Texto informal é um registro escrito formado pela linguagem informal. A linguagem informal é a linguagem utilizada em situações descontraídas e/ou que não necessitam de formalidade. Geralmente, utilizada quando as pessoas que estão interagindo possuem algum vínculo.

Nela o uso de gírias, abreviações, neologismos, que são palavras inventadas e coloquialismo são permitidos.

Além disso, expressões mais pessoais, marcas humorísticas e intertítulos inovadores e desproporcionais também são frequentes em textos informais.

Conversas por redes sociais, poemas com vertentes populares, bilhetes e outros registros do gênero são exemplos de textos informais.

Principais diferenças e exemplos de textos formais e informais

Os textos formais e informais diferem quanto à linguagem, forma e contexto.

Vimos acima que o texto formal é formado pela linguagem formal, tem um tom impessoal, possui muitas palavras rebuscadas e muitas vezes os títulos e intertítulos são mais padronizados.

Já os textos informais são constituídos pela linguagem informal, há pessoalidade na escrita, não há inserção de palavras rebuscadas e inúmeras situações os títulos e intertítulos não são padronizados.

Exemplos de textos formais:

-“Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as coisas, como eu. É o que contarei no outro capítulo. Neste direi somente que, passados alguns dias do ajuste com  o agregado, fui ver a minha amiga; eram 10 horas da manhã. Dona Fortunata, que estava no quintal, nem esperou que eu lhe perguntasse pela filha.” (ASSIS, Machado de. Olhos de ressaca. Dom Casmurro. São Paulo: Abril Educação, 1978, p. 218-20.).

-” Então passou-se sobre esse vasto deserto d’água e céu uma cena estupenda, heróica, sobre-humana; um espetáculo grandioso, uma sublime loucura. Peri alucinado suspendeu-se aos cipós que se entrelaçavam pelos ramos das árvores já cobertas d’água, e com esforço desesperado cingindo o tronco da palmeira nos seus braços hirtos, abalou-se até às raízes.” (ALENCAR, José de. Guarani. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, s.d.p.426-7).

Exemplos de textos informais:

-“Oi, amiga! Tudo jóia, ne. Hoje vamô com toda galera no barzim. Quero muito que vai. Bjs”. (Conversa de rede social).

-“Quando oiei a terra ardendo

Qual fogueira de São João

Eu preguntei, a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação
Eu preguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação

Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão

Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão

Quando o verde dos teus oios
Se espaiar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração”  (Asa Branca, Gonzaguinha)

Para mais informações a respeito de construções textuais do português, veja também:

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