Engenho de açúcar no Brasil colonial

O engenho de açúcar no Brasil colonial era o local responsável pela produção do açúcar.

O engenho de açúcar no Brasil colonial era o local onde era produzido o açúcar para consumo interno e para exportação.

Os engenhos do período colonial começaram a surgir a partir do século XVI, quando se iniciou os ciclos econômicos do Brasil. O ciclo do pau-brasil foi o primeiro e o do açúcar foi o segundo.

As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao país no século XVI, quando os colonizadores as trouxeram do continente europeu. Eles já possuíam técnicas de plantio, pois já cultivavam a espécie em outros países do mundo.

Estrutura dos engenhos coloniais

Os engenhos coloniais possuíam uma grande estrutura, dividida em:

  • Plantações: além da cana-de-açúcar, haviam plantações (verduras, legumes e frutas) de outros produtos;
  • Casa Grande: era o local em que concentrava o poder dos engenhos. Além disso, era a casa que habitava os senhores de engenho (ricos fazendeiros) e sua família;
  • Senzala: eram locais com péssimas condições que tinham como objetivo, abrigar pessoas escravizadas;
  • Capela: construída para representar a crença dos moradores do engenho, principalmente, dos portugueses. Local em que as missas e demais celebrações religiosas eram realizadas;
  • Casas de Trabalhadores Livres: locais em que os trabalhadores livres habitavam;
  • Curral: local que abrigava os animais;
  • Canavial: local em que era cultivada a cana-de-açúcar;
  • Moenda: local em que a cana-de-açúcar era moída pela tração animal, força humana ou moinho;
  • Casa das Caldeiras: local em que o produto era aquecido;
  • Casa das Fornalhas: local em que a cana era aquecida e transformada em melaço;
  • Casa de Purgar: local responsável por refinar o produto, o transformando em açúcar.

Funcionamento do engenho de açúcar

Após a colheita da cana-de-açúcar, o produto era levado à moenda, onde era exprimido até que todo seu caldo fosse extraído.

Após retirar todo o caldo, o produto era direcionado à casa das caldeiras e fornalhas, onde era cozido em tachos de cobre.

Em seguida, o melaço era refinado na casa de purgar, local em que ocorria a última etapa para a produção do açúcar.

Nos engenhos eram produzidos dois tipos de açúcar, o branco que tinha praticamente toda sua produção direcionada ao continente europeu e o mascavo, de cor escura, voltado para o mercado interno.

Depois de embalados, os produtos eram encaminhados para Portugal e para a Holanda, que os distribuía por todo o continente.

É importante destacar que os engenhos não eram somente plantações de cana-de-açúcar, eles contavam com toda a estrutura citada acima, sendo considerados como “pequenas cidades”

Os fazendeiros que não tinham condições de construir seu próprio engenho, eram chamados de lavradores de cana. Geralmente, eles usavam o engenho de algum grande latifundiário em troca de ressarcimento material.

A economia açucareira se desenvolveu a tal ponto que até o início do século XVII, a colônia já contava com mais de 400 unidades de engenho, principalmente na região nordeste.

O ciclo do açúcar entrou em declínio a partir do século XVIII, momento em que ocorre um aumento da concorrência externa e a queda da produção.

Além disso, a descoberta das jazidas de ouro nos estados que atualmente correspondem a Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, contribuíram para a decadência do açúcar.

Nesse sentido, os engenhos de açúcar foram sendo desativados, dando espaço para o advento do ciclo do ouro no país.

Trabalho escravo nos engenhos

As pessoas negras escravizadas eram a principal força de trabalho nos engenhos. Elas viviam em péssimas condições, além de cumprirem longas e exaustivas jornadas de trabalho e de sofrerem agressões físicas e psicológicas.

A mão de obra escrava era utilizada tanto nas plantações quanto nas casas grandes, como faxineiras, babás, cozinheiras, amas de leite, entre outras funções.

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