Estudo revela que EaD pode superar graduações presenciais em até cinco anos

Cursos oferecem preços mais baixos e horários flexíveis, porém, ainda são percebidos com certa insegurança por parte dos candidatos.

Os cursos de ensino à distância, os chamados EaD, têm ganhado espaço cada vez maior entre aqueles que pretendem terminar um curso superior. Autonomia, flexibilidade e mensalidades mais baixas são itens que favorecem a arrancada dessa modalidade. Tanto que pesquisa recente aponta que ela poderá superar as graduações presenciais em um prazo de até cinco anos.

A pesquisa foi realizada e divulgada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Os números mostram que, se comparado aos cursos presenciais, o EaD apresentou crescimento, consideravelmente, maior. Nesse ritmo, até 2013, 49% dos estudantes estarão matriculados em graduações tradicionais, contra 51% optantes pelos cursos à distância.

Atualmente, a preferência pelas salas de aula convencionais, ainda, é maior. No universo de 1.012 entrevistados, a opção pelo ensino presencial corresponde a 56% enquanto 44% preferem cursos à distância. Porém, a estatística muda quando questionados sobre a opção de parte das matérias de um curso EaD fosse ofertada de maneira presencial – 93% aceitariam a proposta.

O que, ainda, impede a aceitação é a insegurança quanto ao espaço no mercado de trabalho pelos graduados em EaD. Entre os entrevistados que não aceitariam, de forma alguma, a graduação à distância, 62% usaram o medo de não conseguir um emprego ou nem ser selecionado para entrevistas como justificativa. Especialistas apontam que esse receio pode diminuir com o próprio crescimento dos cursos.

Em declaração citada no Guia do Estudante, o vice-presidente da ABMES, Celso Niskier, afirma que, na medida em que “mais estudantes forem se formando nessa modalidade, mais o desempenho dos profissionais será equivalente”. Sendo assim, o medo de não conseguir espaço no mercado de trabalho tende a ser reduzido.

O que corrobora com a expectativa de crescimento desta modalidade é a maior receptividade apontada por empregadores quanto a candidatos que se formaram em um curso à distância. Um dos fatores que auxiliam nesse espaço é o envolvimento de alguma universidade de prestígio. A verdade é que o número de matrículas em EaD já é expressivo.

Atualmente, elas correspondem a 18,6% dos registros em cursos de ensino superior. A região Nordeste é a que concentra o maior número de estudantes. Quanto aos cursos mais procurados, a área da Educação é a que sai na frente, de acordo com a mesma pesquisa realizada pela ABMES. Confira, abaixo, um perfil traçado dos estudantes que optam pelas duas modalidades:

EAD: 67% dos alunos têm mais de 30 anos, 83% trabalham, 25% pertencem às classes A e B, 75% estudaram em escolas públicas, 25% estudaram em escolas privadas
Presencial: 53% dos alunos têm mais de 30 anos, 76% trabalham, 33% pertencem às classes A e B, 64% estudaram em escolas públicas, 36% estudaram em escolas privadas

Quanto ao medo dos graduados em EaD de não sair bem em uma entrevista de emprego, Cristóvão Loureiro, da Catho Educação, dá algumas dicas. Como exemplo, ele cita listar suas cinco maiores realizações na carreira, mostrar personalidade que o diferencia dos outros candidatos, pesquisar sobre a empresa em que pretende trabalhar e, se ainda bater a insegurança, só mencione o curso EaD se o entrevistador perguntar.

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