Governo estuda criação de faculdades digitais no Brasil

Objetivo é ampliar o acesso dos brasileiros às instituições de ensino superior. Em 2019, a porcentagem de jovens entre 18 e 24 anos matriculados em universidades era de 37,4%.

O Governo Federal quer expandir o acesso às universidades através do ensino a distância (EAD). Um projeto, intitulado Reuni Digital, foi encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) em maio. O texto prevê a criação de uma Universidade Federal Digital no Brasil.

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Um dos objetivos do projeto é atingir até 33% de taxa líquida de matrículas em faculdades até 2024. A proposta faz parte do Plano Nacional de Educação para o mesmo ano. A ideia é que 50% dos jovens entre 18 e 24 anos possam se matricular em uma instituição de ensino superior.

Segundo o MEC, em 2019, a porcentagem de jovens entre 18 e 24 anos matriculados em universidades era de 37,4%. Destes, apenas 21,4% (taxa líquida) permaneciam ou conquistavam o diploma de graduação.

Se considerada a população brasileira em sua totalidade, menos de 10% da possui diploma de nível superior. Os dados são referentes às últimas atualizações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O programa proposto pelo governo, no entanto, não prevê acesso exclusivo gratuito em instituições públicas. O objetivo do Reuni Digital é que ao menos 40% das vagas em 2024 estejam nas mãos de faculdades públicas.

Portanto, programas como Prouni e Fies continuarão tendo papéis de importância na formação brasileira. Pelo menos no início das readequações sugeridas ao MEC.

Lembrando que o projeto prevê apenas vagas por meio de educação em EAD. Hoje, as universidades públicas são insuficientes no setor de ensino remoto. O mercado é dominado pela iniciativa privada, sendo ela responsável por mais de 90% dos cursos EAD de nível superior.

A necessidade de saídas digitais para a educação ficou evidente na atualidade. A demanda por ensino remoto se tornou abundante em decorrência da pandemia e do distanciamento social. 

“A EAD é fundamental para que o país consiga ofertar cursos de nível superior com qualidade e que ela não seja apenas um formato desvinculado das ações atuais das IFES, mas que faça parte do cotidiano destas instituições, atendendo demandas locais e regionais”, traz o texto da proposta.

Maioria dos estudantes está na rede privada

Outro dado de relevância é o seguinte: ao todo, existem 8,6 milhões de universitários brasileiros. 75,8% estudam em instituições privadas e apenas 24,2% estão matriculados em universidades e institutos públicos. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Ocorre uma distopia denunciada há muito quando o assunto é ensino superior no Brasil. As faculdades públicas são dominadas por estudantes de maior poder econômico. Pois estes possuem condições de pagar por um ensino de maior competitividade para os vestibulares.

Já as universidades particulares apresentam alunos de nível econômico menor. O EAD público seria uma das ferramentas para corrigir esse fator de desigualdade social.

A proposta ainda está em análise e não há previsão para ser implantada. Contudo, universidades pelo país já demonstraram preocupação acerca da qualidade do ensino a ser ofertado. 

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